terça-feira, 30 de outubro de 2007

Nada aprendemos com o Pan

Como todos devem ter visto, o Brasil será sede da Copa do Mundo de futebol em 2014. O anúncio ocorreu hoje, em Zurique, Suíça, e confirmou o que já era esperado.

Não entrarei no mérito se receber este evento é importante ou uma vergonha, se somos incapacitados de organizá-lo ou qualquer coisa do gênero. Digo apenas que estou feliz por podê-lo acompanhar de perto.

Assisti aos depoimentos de todas as autoridades e esperei a reação da imprensa brasileira. A mesmice de sempre. O Pan-Americano não nos ensinou nada.



Paulo Coelho, representante do meio intelectual, declarou que já viu os brasileiros discutirem cinco horas uma partida de futebol, mas nunca uma relação sexual durante o mesmo tempo.

O ministro dos Esportes, Orlando Silva, exaltou a estabilidade econômica proporcionada pelo governo Lula com um discurso político.

Ricardo Teixeira foi provocado por uma repórter canadense a respeito da violência no país. Respondeu ironicamente: “o problema da violência não é um privilégio brasileiro”. Lembrou que nos EUA existem garotos atirando nas escolas e aqui não temos isso.



Romário, em tom de promessa, mas sem compromisso, afirmou que o Brasil organizará a maior Copa do Mundo.

Dunga, o mais sensato de todos, reiterou que o país tem que ser lembrado não somente pelo futebol, praias e carnaval.

Não dando maior importância a comentários desnecessários, como o de Coelho, me prenderei na fala do técnico da Seleção Brasileira. Justamente os argumentos que não precisam ser mais lembrados, pois todos já conhecem, são o principal artifício utilizado pelo vídeo de apresentação de nossa candidatura.

Em seguida à cerimônia, Sportv e ESPN Brasil colocaram seus comentaristas no ar. A primeira, como não poderia deixar de ser, festejou, mostrou danças típicas no Recife, em Salvador, estava em Porto Alegre com ex-jogador. Já a emissora de Trajano, sem muitos recursos, falava ao telefone com Juca Kfouri. Se o maior “anti-teixerista” do país, que tem o meu apoio neste quesito, estava no ar, as críticas exacerbadas dariam a tônica do Bate-Bola. Portanto, temos os extremos, que nada resolvem. Copa no Brasil não é só maravilha e nem só desgraça. Temos mais o que discutir. Temos que parar com a beleza do frevo pernambucano e da trágica declaração de Lula, sempre priorizando a informalidade. Temos que pensar nos projetos de estádios, de revitalização das cidades.



E é a partir deste ponto que entro em outro tema: a disputa de clubes e cidades pelo direito a receber jogos. Todos possuem projetos. Corinthians, Santos, São Paulo e até Barueri. Todos querem se aproveitar da ajuda do governo e de investimento estrangeiro para melhorarem sua estrutura. Um debate desnecessário, que apenas atrasa o planejamento.

Dezoito cidades postulam as partidas, entre elas, Cuiabá, Campo Grande, Maceió, Olinda, Rio Branco e Manaus, que sequer possuem clubes organizados. Teríamos estádios nestes lugares, mas faltariam equipes para jogar, assim como as instalações construídas para o Pan, como o complexo aquático Maria Lenk, que recebeu após os Jogos, apenas uma competição de nado sincronizado.

O orçamento para a construção de estádios é baixíssimo. Pouco mais de um bilhão de dólares. Temos somente um estádio capaz de receber duelos de nível de Copa do Mundo, o Engenhão. O Morumbi balança quando recebe bom público, o Mineirão está defasado. A Kyocera Arena e a Arena de Barueri, por sua vez, sequer concluíram suas obras.

É sempre bom lembrar que não houve aumento significativo de turistas no Pan-Americano, o que facilitou a segurança. Copa da Mundo é outra coisa. Além de bilhões de pessoas acompanhando pela televisão, milhares de fanáticos compram pacotes para acompanhar sua seleção.

Ao longo da matéria estão disponíveis alguns vídeos com os projetos de revitalização de alguns estádios. Vejam e tirem suas próprias conclusões.

Começa a NBA

Para os brasileiros, hoje é dia de confirmação do país como sede da Copa-2014. Para o resto do mundo, a ansiedade é pelo início da NBA.

O atual campeão San Antonio Spurs, novamente favorito, enfrenta o Portland Trail Blazers. Terão a chance de conquistar dois títulos consecutivos, algo que nunca conseguiram. Ginóbili e Duncan não defenderam suas seleções no pré-olímpico e entram descansados para mais uma temporada. Não perderam nenhum grande astro e ainda trouxeram a promessa Ime Udoka, justamente do rival de hoje. Pagarão um salário baixo para o jogador.

Citei a questão salarial por um motivo: Anderson Varejão. O brasileiro está exigindo uma remuneração equivalente a de uma estrela. Não é. Ainda chama mais atenção por sua vasta cabeleira do que por sua qualidade técnica.

Quer ganhar mais do que Leandrinho, melhor sexto homem em 2006/2007, que recebe U$6 milhões anuais. Quer tratamento igual do de Drew Gooden, destaque no garrafão dos Cavaliers. Vale lembrar que o brasileiro pediu dispensa da seleção brasileira e perdeu a chance de comprovar seu talento. Sasha Pavlovic, seu companheiro no Cleveland, vive o mesmo dilema. Porém, ninguém quer pagar aos dois uma quantia elevada.

Com Ilgauskas e Gooden nas posições 4 e 5, é possível se “arrastar” quando um dos dois não estiver em quadra e tentar arranjar um reforço na próxima janela de transferências, que acontece no meio da temporada. Daniel Gibson, destaque nos playoffs, deve ganhar mais tempo de quadra.

O Chicago Bulls, surpresa do último ano, reforçou seu conjunto e rejeitou a proposta de ceder quatro jogadores aos Lakers em troca de Kobe Bryant. Joakim Noah, filho do tenista francês Yannick Noah, foi “draftado” para pontuar em curta distância.

Os Pistons, de Detroit, perderam o já decadente Chris Webber, mas renovaram com Chauncey Billups. Mantiveram a estrutura, com Richard Hamilton, Rasheed Wallace e Tayshaun Prince. Jarvis Hayes veio do Wizards para dar um descanso a este último.

O centro da atenções até o momento é o tradicional Boston Celtics. Paul Pierce terá a ajuda de Ray Allen e Kevin Garnett para formar um trio de respeito na liga. James Posey é outro reforço e será um bom reserva para a armação. Al Jefferson foi a maior perda. Esperança de retorno aos tempos áureos.

Os Nets, comandados por Jason Kidd, devem torcer contra as contusões, que tem atrapalhado suas pretensões nos últimos anos. Vince Carter e Richard Jefferson continuam.

Partindo para o Oeste, já que só tenho citado times do Leste, com exceção dos Spurs, olhos bem abertos ao Houston Rockets. Tracy McGrady e Yao Ming não tem mais a companhia de Juwan Howard, que jogou com Nenê no início da trajetória do brasileiro em terras americanas, porém, trouxeram o argentino Luís Scola e contam com o retorno de Steve Francis, que largou os Knicks.

Os Suns, de Leandrinho, perderam Jalen Rose e Kurt Thomas, que já estão em fim de carreira, e trouxeram Grant Hill. Shawn Marion está insatisfeito, o que pode atrapalhar. Deve sofrer com os problemas de sempre, bom ataque e péssima defesa. Amare Stoudemire ainda precisa de um parceiro nos rebotes.

O Denver Nuggets já contará com o entrosamento de Allen Iverson e Carmelo Anthony. J.R. Smith é muito eficiente, Marcus Camby, Nenê e Kenyon Martin são excelentes pivôs. Ótimo elenco, um dos três “grandalhões” deve sobrar. Earl Boykins, jogador mais baixo da liga, já não está com a equipe desde a metade da última temporada. Chucky Atkins o substitui.

O número 1 do draft, Greg Oden, que duelaria hoje com Duncan, sofreu lesão logo em seus primeiros treinos e começou com pé esquerdo na liga. Não joga nesta temporada. Prometia, assim como Kevin Durant, ser uma das maiores revelações dos últimos tempos.

A ESPN transmitirá dois jogos semanais, um às quintas e outro às sextas. O canal Esporte Interativo também adquiriu o pacote. Pela globo.com é preciso desembolsar quase onze reais mensais.

Evento sobre F1

Aos que não sabem o jornalista Wanderley Nogueira, da Jovem Pan, possui um centro de cursos, o Espaço WN, localizado na Zona Leste de São Paulo.

O próximo curso será ministrado no dia 18 de Novembro, das nove às dezoito horas, pelo repórter Felipe Motta, da mesma emissora de rádio que Nogueira, e tratará dos bastidores da Fórmula 1.

Atualmente, o jornalismo esportivo tem crescido muito e proporcionado aos interessados em seguir carreira muitas oportunidades. Tenho certeza que esta não é a melhor palestra disponível. Não tanto por Motta, mas pela proposta de Wanderley e por seus objetivos.

Um atrativo a mais será o sorteio de materiais das próprias escuderias da categoria, como bonés, e direito a corrida de kart na maior pista indoor do mundo.

O investimento é de 200 reais. Informações pelo telefone (11) 6681-6777 ou através do site: www.espaçown.com.br.