terça-feira, 17 de julho de 2007

FINALMENTE SAI O PRIMEIRO OURO DO BRASIL NO PAN

Domingo, 15 de Julho de 2007, às 16h16, Diogo Silva conquista o primeiro ouro do Brasil no Pan-Americano e cabe ao blog, a partir da vitória do lutador, analisar alguns fatores que representam bem o espírito do atleta nacional em competições de grande porte.

Primeiramente, vale ressaltar que o paulista conquistou a décima segunda medalha do país na competição. Apenas os EUA, com treze, sendo nove douradas, superam os anfitriões. É impressionante o potencial dos representantes brasileiros em cada evento. Eles conseguem superar todas as adversidades, como falta de patrocínios e infra-estrutura, para participar do Rio-2007. Portanto, para muitos, como o esgrimista João Souza, o bronze tem o mesmo valor que o ouro.

Contudo, em alguns casos, a situação é oposta e o título é “obrigação”. Poliana Okimoto, vice-campeã mundial na maratona aquática, decepcionou e perdeu na última braçada para uma norte-americana de apenas quinze anos que está acostumada a treinar em piscinas. A nadadora conhece o mar de Copacabana como ninguém e foi oito vezes nas últimas duas semanas no local, onde fez um reconhecimento das condições. Jaqueline Mourão era outra considerada “medalha garantida”, mas concluiu o percurso de mountain bike na quarta colocação, sendo superada por uma “freguesa” mexicana.

Vejo todas essas situações como um problema psicológico. O nervosismo é compreensível e natural em torneios, principalmente, os que requerem uma longa preparação. Só que o Brasil parece superar todos os países neste quesito. Os experientes Daniele Hypolito e Victor Rosa cometeram erros básicos na ginástica e o último, inclusive, é um dos responsáveis pela derrota de 0,3 para Porto Rico. Aline Campeiro, do levantamento de peso, superou os 70 kg e em seguida, na comemoração, se contundiu e não pôde disputar as finais. Sua contusão se deve em parte a tensão. Sua musculatura estava enrijecida, travada e num movimento brusco, de alívio, teve ruptura de seus ligamentos. Sempre perdemos por pouco. Não é de hoje. Ricardo Winicki, o Bimba, nas Olimpíadas de Atenas, poderia chegar em vigésimo lugar na última regata para conquistar o bronze no iatismo. Terminou em vigésimo primeiro e quarto no geral.

Diogo teve algumas atitudes diferentes. Em nenhum momento comemorou suas vitórias. Era contido. Não atendeu aos repórteres após a semifinal, alegando dores na costela. Na verdade, a postura visava à manutenção da concentração. Para o paulista, o segundo lugar não era nada. E seu companheiro de taekwondo, Marcel Wenceslau, no dia anterior, preferiu por interagir com o público, dar entrevistas após a semifinal e pareceu estar satisfeito com seu desempenho. Não por acaso esteve em desvantagem na final rapidamente, o que demonstra falta de foco para a decisão.

A maior decepção ainda está por ser relatada. E dessa vez os atletas não são o alvo principal, mas a imprensa. Temos três emissoras na televisão aberta transmitindo o Pan no Brasil e nenhuma exibiu o primeiro ouro brasileiro. A Globo não teve como interromper as apresentações do Circo do Faustão. A Record também teve seus motivos. A estréia de um novo quadro no Tudo É Possível. E a Bandeirantes, o “canal do esporte”, só pegou o último minuto da luta pois Chile e Nigéria faziam um jogo do Mundial Sub-20 de futebol. Na TV fechada somente a ESPN Brasil valorizou Diogo como merecia, já que o Sportv transmitia o segundo set da decisão da Liga Mundial, o Sportv 2 exibia Brasil e Honduras, pelo torneio de futebol masculino do Pan. Coube ao Sportv 3, com pior qualidade de imagem, mostrar os apenas seis minutos de combate.

ESCASSEZ DE MATERIAL HUMANO



Caso estejam esperando uma crítica a Seleção Brasileira ou queixas em relação aos clubes brasileiros que exportam seus craques, nem iniciem a leitura do texto. O tema agora é a falta de qualidade dos pilotos da GP2.

Criada em 2005 com o objetivo de formar futuros campeões na F1, a categoria obteve resultados excelentes e já promoveu alguns pilotos como o alemão Nico Rosberg (Williams), o inglês Lewis Hamilton (McLaren), o finlandês Heikki Kövalainen (Renault) e o norte-americano Scott Speed (Toro Rosso).

Mas em 2007 a história parece ser um pouco diferente e a etapa da França realizada neste sábado comprovou que as perspectivas não são das melhores. A primeira fila era ocupada pela dupla de pilotos da iSport, Timo Glock (líder do campeonato com 39 pontos) e Andreas Zuber. Os brasileiros Bruno Senna e Lucas Di Grassi vinham na seqüência. Logo na largada, com vinte e cinco metros percorridos, os companheiros de equipe foram um em direção ao outro e se chocaram, dando adeus a prova. No pelotão de trás dois carros ficaram parados. Ainda na primeira volta o acidente mais espetacular da temporada. Ernesto Viso encostou sua roda traseira no pneu dianteiro de Micheal Ammermuller e decolou, superando o muro de proteção e por pouco não atropelando os fiscais. O venezuelano sofreu uma concussão (traumatismo craniano leve em que há perda de memória durante curto espaço de tempo). Nesse instante a corrida foi interrompida, mas as trapalhadas continuaram. Todos se dirigiram para os boxes e no pit stop o francês Nicolas Lapierre atropelou um mecânico.

A corrida só foi reiniciada após cinqüenta minutos. O japonês Kohei Hirate, líder no momento, foi punido com um drive-thru (passagem pelo pit lane) e deixou a primeira posição com o indiano Karun Chandhok, que não a aproveitou por muito tempo. Na terceira volta da corrida, abandonou a etapa depois de cometer erro infantil. A “eterna promessa” Giorgio Pantano se aproveitou da situação para vencer o GP de Magny-Cours.

A avaliação dos pilotos na GP2 é realizada através de resultados expressivos obtidos em até duas temporadas. Por isso, há necessidade de uma renovação constante nos cockpits. E isso não vem ocorrendo. Todos os pilotos citados na matéria, com exceção de Senna e Hirate, já são “veteranos” e não conseguiram impressionar os chefões da categoria máxima do automobilismo, devendo seguir eternamente na competição.

O único dos vinte e seis participantes que tem condições de alcançar a F1 é justamente o sobrinho de Ayrton, muito pelo sobrenome que carrega e também por ocupar a quarta posição na classificação geral em seu ano de estréia.

A desilusão com essa nova safra atingiu até o canal Sportv, que cortou a transmissão para exibir a Liga Mundial de vôlei e reprises de Wimbledon.

REAL MADRID – O FILME CHEGA EM DVD AO BRASIL

Mais uma novidade para os fãs de futebol. Acaba de chegar ao país Real Madrid – o filme (2005), longa-metragem sobre o maior clube do mundo. Em parceria com a Huckeberry Films e a Pendleton, o diretor Borja Manso segue um roteiro que se desdobra diante da seguinte questão: o que tem o Madrid de especial para despertar paixões em todos os cantos do planeta, entre pessoas de status social, idade e sexos distintos?

O encarregado de buscar essa resposta é o professor Tomás (Javier Albalá), que ao chegar a capital espanhola, fica atônito com o envolvimento dos torcedores junto à equipe. O fanatismo é tanto que suas aulas não eram produtivas após uma derrota. A melancolia fica estampada nos rostos de seus alunos.

Se você pensa que isso ocorre apenas na Espanha está enganado. As imagens comprovam que o alcance do Real é global. Existem torcedores nos quatro cantos do planeta. Em cada cidade, um atrativo diferente.

Em Tóquio, por exemplo, a obsessão pelo astro David Beckham pode gerar crises de relacionamento. A jovem Sayaka nunca dá bola ao namorado quando o assunto é o craque inglês. Trocado por um amor platônico, Kouji encontra sua salvação imitando o padrão de beleza do camisa 23. O resultado não poderia ser melhor para o rapaz, que reconquista sua amada.



Já nos EUA, precisamente Nova York, Megan é a grande estrela de seu time de futebol. Contudo, uma grave contusão atrapalha seus planos e médicos afirmam que não é possível dar continuidade a carreira. Nesse momento, o técnico da atleta entra em cena. Ele lembra que o mesmo parecer foi dado a Ronaldo e que o fenômeno conseguiu dar a volta por cima. Logo, a atleta também teria êxito. E o treinador estava certo.

Caracas é palco da terceira história do longa. Três gerações de uma família venezuelana respiram futebol. O que Chamo, menino que disputava peladas na rua, não sabia é que seu avô seqüestrou Di Stéfano em excursão dos espanhóis pela América do Sul e que seu pai nunca o havia perdoado. Nesse instante, o foco não está nos astros atuais, mas no passado do clube.

O palco do último relato é Ziguinchor, pequeno povoado do Senegal, onde Akia não valoriza o aprendizado escolar e que admira Zidane sem nunca o ter visto jogar. Como conseqüência, seu pai o leva para a cidade mais próxima e o inscreve na escolinha do Real Madrid. Seu sonho é realizado, mas uma ressalva é feita: o menino só continuaria a treinar ali caso se dedicasse também ao ensino.

Entre os quatro episódios sempre há um fragmento com partes do dia-a-dia dos merengues na semana que antecede o clássico contra o Barcelona. As gravações foram realizadas justamente no momento em que Vanderlei Luxemburgo era o treinador. É possível assistir ao planejamento da comissão técnica, a uma coletiva de imprensa, aos treinamentos táticos e até mesmo a preleção.

Nessa nova jogada de marketing, o Real Madrid desembolsou seis milhões de euros. A pré-estréia foi realizada no estádio Santiago Bernabeu e sessões especiais foram organizadas nos festivais de cinema de Cannes, Rio de Janeiro e Milão.

COPA-2014 NO DESERTO?



Após Canadá, EUA, Colômbia e Austrália manifestarem o desejo de sediar a Copa de 2014, agora é a vez dos Emirados Árabes Unidos esboçarem um plano para a realização do mundial. A idéia, inicialmente absurda, tem tudo para conquistar a FIFA.

Segundo a publicação européia Four Four Two, a família Maktoum, comandada pelo sheik Mohammed Ben Rashid, não poupará esforços e recursos para levar adiante essa empreitada. Desde julho passado, na Copa da Alemanha, os árabes já vem estreitando relações com a entidade máxima do futebol. E o maior indício surgiu através da Emirates Airlines, empresa aérea dirigida pelo tio de Mohammed, que pagou 245 milhões de dólares para ser um dos patrocinadores exclusivos de todos os eventos da FIFA até a Copa de 2014.

Mesmo não se manifestando oficialmente a respeito da possibilidade e cientes de que o Brasil será a provável sede do mundial, devido ao sistema de rotações implementado recentemente, o país já iniciou o planejamento para que seu sonho se torne realidade. De acordo com a mesma revista, ele começa pela construção do maior sistema de metrô do mundo, capaz de transportar até 1,2 milhões de pessoas por dia e que será concluído em 2010. Entrando no âmbito esportivo, a empresa Sports City tem pronto um projeto orçado em 3 bilhões de dólares para a construção de um moderno estádio de futebol na cidade de Dubai.

Apesar de estarem se organizando de modo louvável, devido a antecedência com que tem realizado as obras e visando melhorias também na infra-estrutura, aspecto muito valorizado pela FIFA, os Emirados Árabes sofrem com problemas de difícil resolução. O principal deles é a proximidade com o Irã, palco constante de guerras. Outro empecilho é o calor. Nos meses de Junho e Julho, período em que se realizam os mundiais, é praticamente inviável que os jogadores suportem as condições climáticas.

Enfim, não é fácil responder sobre a possibilidade do pequeno país, sede do Mundial Sub-20 em 2003, receber a Copa de 2014, mas é certo que com a determinação de Mohammed Ben Rashid e, principalmente, através de seu poder aquisitivo, os Emirados Árabes Unidos complicarão bastante a candidatura brasileira.

O CONTURBADO FUTEBOL ARGENTINO

O futebol argentino vive uma semana agitada. Apesar do título do San Lorenzo no Torneio Clausura e da decisão da Copa Toyota Libertadores, algumas polêmicas têm tumultuado o ambiente dos maiores clubes do país, o Boca Juniors e o River Plate.

O primeiro está sofrendo com problemas de relacionamento entre os jogadores. O goleiro paraguaio Aldo Bobadilla, titular no início da temporada, negou-se a ficar no banco de reservas do time durante o último compromisso pelo campeonato local, quando o treinador Miguel Angel Russo optou por escalar uma equipe mista. Com isso, o atleta deve acertar a rescisão de contrato e se transferir para o Cerro Porteño. Já dentro de campo, os atacantes Bruno Marioni, autor do único gol da partida contra o Belgrano, e Mauro Boselli protagonizaram outra confusão. Durante os noventa minutos não passaram a bola um para o outro. Em todas as ocasiões tentavam o lance individual. O egoísmo provocou forte discussão nos acréscimos da segunda etapa e quase acabou em agressão.

O que também tem atraído a atenção da mídia é a candidatura do presidente do clube à prefeitura de Buenos Aires. Após vencer o primeiro turno com mais de 40% dos votos, Mauricio Macri afirmou que dirigentes receberam ligações anônimas com supostos ataques em La Bombonera. A segurança foi reforçada para o penúltimo compromisso da competição e nenhum incidente foi registrado.

O River Plate, por sua vez, conseguiu a classificação para a edição de 2008 da Libertadores da América de forma conturbada. Em jogo contra o Nuevo Chicago, que luta contra o rebaixamento, a equipe arrancou o empate aos sessenta e quatro minutos do segundo tempo. O árbitro, Rafael Furchi, marcou pênalti em uma falta ocorrida fora da área e precisou de auxílio policial para reiniciar o jogo, que ficou interrompido durante dezessete minutos. Mesmo com a televisão informando o equívoco ao juiz, ele se manteve irredutível. Nos instantes que antecederam a cobrança, Paulo Ferrari foi pressionado a desperdiçar a penalidade e fazer justiça. Esforço em vão. O lateral fez o gol duas vezes (a primeira tentativa não foi validada, pois houve nova invasão ao gramado do técnico de “Los Mataderos”, Carlos Ramacciotti) e garantiu a igualdade no marcador. Daniel Passarela e seus comandados utilizaram a saída de emergência do estádio para evitar invasões dos torcedores locais.

O site oficial do Nuevo Chicago define a situação como vergonha nacional e ainda lembra que é a terceira vez no campeonato que ocorre erro idêntico, prejudicando a pequena equipe de Buenos Aires. Já colunistas locais afirmam que Furchi também teve atuação tendenciosa ao River em confronto contra o Gimnasia, em La Plata, quando “Los Gallinas” venceram por 2x1.

HOMENAGEM AO PRIMEIRO TÍTULO DE GUGA EM ROLAND GARROS

Há exatos dez anos, Gustavo Kuerten transformava o tênis no segundo esporte dos brasileiros. Com apenas vinte anos, conquistava seu primeiro título em Roland Garros. Era o passo inicial para suceder Ayrton Senna como ídolo nacional.

A trajetória da conquista não foi fácil. Logo na estréia, se deparou com o tcheco Slava Dosedel, especialista em quadras de saibro. Guga levava desvantagem de 2x0 em confrontos diante do europeu. Uma das derrotas aconteceu em Monte Carlo, também disputado na terra batida, poucas semanas antes da competição. Contudo, o catarinense se aproveitou das dores no ombro do oponente para aplicar um 3x0 (6/0, 7/5 e 6/4). No último set, parecia desconcentrado, mas conseguiu ganhar cinco games seguidos para fechar o jogo. A vitória não foi acompanhada de perto nem pelos brasileiros, já que Fernando Meligeni enfrentava o argentino Javier Frana no mesmo horário.

Passada a ansiedade da estréia, o pupilo de Larri Passos tinha pela frente Jonas Bjorkman. Atualmente, o sueco é o jogador mais velho do circuito, com trinta e cinco anos. Durante a partida, Kuerten procurou se impor. A estratégia funcionou durante boa parte do tempo. O único deslize ocorreu novamente nos momentos finais e dessa vez, o sufoco foi maior. Além de perder a terceira parcial após vantagem considerável (4x1), acabou desperdiçando seis match points no quarto set. Após o susto, conseguiu avançar a terceira rodada (6/4, 6/2, 4/6 e 7/5).
Fininho havia sido eliminado por Filip Dewulf após batalha de cinco sets. Com isso, o Brasil só tinha um representante na competição. O polêmico Thomas Muster, cabeça-de-chave número cinco e ex-número um do mundo, era o adversário de Guga. Curiosamente, no ano anterior, pela Copa Davis, o austríaco abandonou sua equipe nas duplas e evitou o primeiro confronto entre ambos. O motivo alegado é plausível: o desrespeito da torcida brasileira. Voltando ao Aberto da França, o brasileiro realizou aquele que considera o jogo mais difícil do torneio. Pela primeira vez disputava cinco sets. Estava preocupado com a parte física. Mas, no final, superou as adversidades e garantiu vaga nas oitavas-de-final (6/7, 6/1, 6/3, 3/6 e 6/4).

Encerrada a primeira semana de competição, o “manezinho” se preparava para mais um desafio: Andrei Medvedev. Depois de mais de duas horas de disputa, a falta de luz natural interrompeu o duelo dos tenistas. Nesse momento o jogo estava empatado em 2x2 no quinto e decisivo set. No dia seguinte, foi convocado o então juvenil Alexandre Simoni para um aquecimento antes de retornar à quadra Suzanne Lenglen. Esse bate-bola é imprescindível para o desempenho dos atletas. Serve para eles “soltarem” o braço, ou seja, já entrarem com desenvoltura em seus movimentos. O resultado não poderia ter sido melhor. Uma quebra e a vantagem de 4x2. O ucraniano resolveu correr atrás e igualou novamente o marcador. Chegou a ter 0/40 no nono game e a chance de sacar para a vitória. Foi quando se deparou com a dificuldade na devolução de serviço, sua especialidade. Kuerten arriscou tudo e reverteu a situação. O experiente tenista sentiu que havia perdido a melhor oportunidade para garantir vaga nas quartas. E, sacando em 5/6, defendeu dois match points, mas não evitou um lindo lob que o eliminava de Roland Garros (5/7, 6/1, 6/2, 1/6 e 7/5).

Só restavam oito. Os norte-americanos Pete Sampras e Micheal Chang, números 1 e 2 do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) respectivamente, já haviam sido eliminados. O favorito agora era o atual campeão Yevgeny Kafelnikov, justamente o adversário de Guga. Pela terceira vez consecutiva, disputaria cinco sets. Era a estréia na quadra central, a Philippe Chatrier. O russo começou inseguro, teve o saque quebrado no primeiro game e não deteve o controle do jogo na primeira parcial. Resultado: derrota por 6/2. Porém, o “brazuca” estava diante do terceiro do mundo. A reação foi imediata e os dois sets seguintes foram vencidos pelo Top Ten. Mesmo com o placar desfavorável, o catarinense mostrou personalidade, aplicou um “pneu” (quando o rival não ganha um game sequer) e virou o resultado (6/2, 5/7, 2/6, 6/0 e 6/4).

A semifinal tinha caráter de vingança. O belga Dewulf, algoz de Meligeni, era a outra surpresa do torneio. Jornalistas brasileiros abandonaram a Seleção Brasileira de futebol, que estava disputando a Copa das Confederações em Lyon, para realizar a cobertura do desconhecido esportista que começava a despontar. Na partida, Guga reclamou bastante do vento. Suas bolas pararam de entrar após o primeiro set. O nervosismo, algo recorrente em seus jogos, contribuiu para os inúmeros erros. Só que o fato de enfrentar um tenista limitado tecnicamente minimizou a atuação abaixo da média. E a vitória por 3x1 (6/1, 3/6, 6/1 e 7/6) apareceu, juntamente com a vaga na final.

Segundo o tenista, a decisão foi seu melhor jogo, pois entrou “relaxado, tranqüilo, sabendo o que fazer e sem pensar que estava jogando a final de Roland Garros”. Diz ainda que as instruções de Larri Passos foram as mesmas. “Solte o braço, como fez o torneio inteiro”. A consagração veio com pouco mais de uma hora e meia de jogo e os 3x0 (6/3, 6/4 e 6/2) sobre o espanhol Sergi Brugera, décimo sexto pré-classificado.

Na seqüência da carreira, Gustavo Kuerten se tornou tricampeão do evento (2000 e 2001), venceu a Masters Cup (2000) e foi líder do ranking de entradas durante quarenta e três semanas.

FÓRMULA 1 TERÁ NOVO CIRCUITO DE RUA

Após um ano de negociações, Bernie Ecclestone, chefão da F1, e Francisco Camps, governador de Valência, assinaram contrato de sete anos para a realização de um Grande Prêmio nas ruas da cidade espanhola a partir de 2008. A empresa Valmor Sport, presidida por Fernando Roig, dono também do clube de futebol Villareal, pagará anualmente vinte e seis milhões de euros pela organização da prova.

O circuito urbano, com percurso de cinco mil e quatrocentos metros, estará localizado nas imediações do porto valenciano, recém reformado para a disputa da America’s Cup, competição entre veleiros. Para desenhar o traçado foi contratado o alemão Herman Tilke, mesmo projetista dos autódromos de Sepang (Malásia), Xangai (China), Bahrein e Turquia. Segundo o especialista, a pista será menos sinuosa que Monte Carlo e contará com pontos de ultrapassagens. A previsão é que os carros atinjam uma velocidade de até trezentos quilômetros por hora.

A nova etapa gerou crítica dos pilotos. Até mesmo do local Fernando Alonso. Ele afirmou ser um pecado a disputa da corrida tendo em vista a existência do complexo automobilístico Ricardo Tormo de Cheste a vinte e cinco quilômetros de distância. O circuito recebe desde 1999 o Mundial de Motovelocidade e há três anos recebeu da associação de equipes o prêmio de melhor organização de um GP.




















Para a imprensa espanhola, questões políticas impediram que o acordo fosse selado com antecedência. No último 27 de Maio foram realizadas eleições estaduais e Rita Barberá, prefeita de Valência, afirmou que só concederia a licença da cidade para o evento caso o Partido Popular fosse reeleito. Após cinco dias da vitória nas urnas, Camps anunciava o acerto com Ecclestone.

Contudo, o dono da categoria máxima do automobilismo não parece preocupado com a repercussão do tema. Há três semanas esteve com Ernesto Bertarelli, chefe da Alinghi, equipe suíça da America’s Cup, discutindo a possibilidade dos dois eventos serem realizados simultaneamente. Ou seja, em 2009, próxima edição do campeonato em mar aberto, enquanto os melhores veleiros navegam pela região, os carros aceleram a beira do porto valenciano.

Com a inclusão de Valência, a Espanha passará a sediar dois GPs por temporada. Barcelona já recebe a F1 desde 1991.

A matéria publicada neste blog no dia 2 de Junho sobre o volante Fernando Reges está disponível também no site do LANCE! O link é: www.lancenet.com.br/noticias/07-06-04/104056.stm O último parágrafo da matéria original que expunha as qualidades do jogador não foi publicado pelo jornal. Portanto, deixo disponível aqui para os interessados.

Fernando é visto por todos como uma grande promessa. Tem a marcação como o seu ponto forte, mas também sabe distribuir o jogo. Seus chutes de longa distância incomodam os goleiros adversários.