HOMENAGEM AO PRIMEIRO TÍTULO DE GUGA EM ROLAND GARROS
Há exatos dez anos, Gustavo Kuerten transformava o tênis no segundo esporte dos brasileiros. Com apenas vinte anos, conquistava seu primeiro título em Roland Garros. Era o passo inicial para suceder Ayrton Senna como ídolo nacional.
A trajetória da conquista não foi fácil. Logo na estréia, se deparou com o tcheco Slava Dosedel, especialista em quadras de saibro. Guga levava desvantagem de 2x0 em confrontos diante do europeu. Uma das derrotas aconteceu em Monte Carlo, também disputado na terra batida, poucas semanas antes da competição. Contudo, o catarinense se aproveitou das dores no ombro do oponente para aplicar um 3x0 (6/0, 7/5 e 6/4). No último set, parecia desconcentrado, mas conseguiu ganhar cinco games seguidos para fechar o jogo. A vitória não foi acompanhada de perto nem pelos brasileiros, já que Fernando Meligeni enfrentava o argentino Javier Frana no mesmo horário.
Passada a ansiedade da estréia, o pupilo de Larri Passos tinha pela frente Jonas Bjorkman. Atualmente, o sueco é o jogador mais velho do circuito, com trinta e cinco anos. Durante a partida, Kuerten procurou se impor. A estratégia funcionou durante boa parte do tempo. O único deslize ocorreu novamente nos momentos finais e dessa vez, o sufoco foi maior. Além de perder a terceira parcial após vantagem considerável (4x1), acabou desperdiçando seis match points no quarto set. Após o susto, conseguiu avançar a terceira rodada (6/4, 6/2, 4/6 e 7/5).
Fininho havia sido eliminado por Filip Dewulf após batalha de cinco sets. Com isso, o Brasil só tinha um representante na competição. O polêmico Thomas Muster, cabeça-de-chave número cinco e ex-número um do mundo, era o adversário de Guga. Curiosamente, no ano anterior, pela Copa Davis, o austríaco abandonou sua equipe nas duplas e evitou o primeiro confronto entre ambos. O motivo alegado é plausível: o desrespeito da torcida brasileira. Voltando ao Aberto da França, o brasileiro realizou aquele que considera o jogo mais difícil do torneio. Pela primeira vez disputava cinco sets. Estava preocupado com a parte física. Mas, no final, superou as adversidades e garantiu vaga nas oitavas-de-final (6/7, 6/1, 6/3, 3/6 e 6/4).
Encerrada a primeira semana de competição, o “manezinho” se preparava para mais um desafio: Andrei Medvedev. Depois de mais de duas horas de disputa, a falta de luz natural interrompeu o duelo dos tenistas. Nesse momento o jogo estava empatado em 2x2 no quinto e decisivo set. No dia seguinte, foi convocado o então juvenil Alexandre Simoni para um aquecimento antes de retornar à quadra Suzanne Lenglen. Esse bate-bola é imprescindível para o desempenho dos atletas. Serve para eles “soltarem” o braço, ou seja, já entrarem com desenvoltura em seus movimentos. O resultado não poderia ter sido melhor. Uma quebra e a vantagem de 4x2. O ucraniano resolveu correr atrás e igualou novamente o marcador. Chegou a ter 0/40 no nono game e a chance de sacar para a vitória. Foi quando se deparou com a dificuldade na devolução de serviço, sua especialidade. Kuerten arriscou tudo e reverteu a situação. O experiente tenista sentiu que havia perdido a melhor oportunidade para garantir vaga nas quartas. E, sacando em 5/6, defendeu dois match points, mas não evitou um lindo lob que o eliminava de Roland Garros (5/7, 6/1, 6/2, 1/6 e 7/5).
Só restavam oito. Os norte-americanos Pete Sampras e Micheal Chang, números 1 e 2 do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) respectivamente, já haviam sido eliminados. O favorito agora era o atual campeão Yevgeny Kafelnikov, justamente o adversário de Guga. Pela terceira vez consecutiva, disputaria cinco sets. Era a estréia na quadra central, a Philippe Chatrier. O russo começou inseguro, teve o saque quebrado no primeiro game e não deteve o controle do jogo na primeira parcial. Resultado: derrota por 6/2. Porém, o “brazuca” estava diante do terceiro do mundo. A reação foi imediata e os dois sets seguintes foram vencidos pelo Top Ten. Mesmo com o placar desfavorável, o catarinense mostrou personalidade, aplicou um “pneu” (quando o rival não ganha um game sequer) e virou o resultado (6/2, 5/7, 2/6, 6/0 e 6/4).
A semifinal tinha caráter de vingança. O belga Dewulf, algoz de Meligeni, era a outra surpresa do torneio. Jornalistas brasileiros abandonaram a Seleção Brasileira de futebol, que estava disputando a Copa das Confederações em Lyon, para realizar a cobertura do desconhecido esportista que começava a despontar. Na partida, Guga reclamou bastante do vento. Suas bolas pararam de entrar após o primeiro set. O nervosismo, algo recorrente em seus jogos, contribuiu para os inúmeros erros. Só que o fato de enfrentar um tenista limitado tecnicamente minimizou a atuação abaixo da média. E a vitória por 3x1 (6/1, 3/6, 6/1 e 7/6) apareceu, juntamente com a vaga na final.
Segundo o tenista, a decisão foi seu melhor jogo, pois entrou “relaxado, tranqüilo, sabendo o que fazer e sem pensar que estava jogando a final de Roland Garros”. Diz ainda que as instruções de Larri Passos foram as mesmas. “Solte o braço, como fez o torneio inteiro”. A consagração veio com pouco mais de uma hora e meia de jogo e os 3x0 (6/3, 6/4 e 6/2) sobre o espanhol Sergi Brugera, décimo sexto pré-classificado.
Na seqüência da carreira, Gustavo Kuerten se tornou tricampeão do evento (2000 e 2001), venceu a Masters Cup (2000) e foi líder do ranking de entradas durante quarenta e três semanas.
A trajetória da conquista não foi fácil. Logo na estréia, se deparou com o tcheco Slava Dosedel, especialista em quadras de saibro. Guga levava desvantagem de 2x0 em confrontos diante do europeu. Uma das derrotas aconteceu em Monte Carlo, também disputado na terra batida, poucas semanas antes da competição. Contudo, o catarinense se aproveitou das dores no ombro do oponente para aplicar um 3x0 (6/0, 7/5 e 6/4). No último set, parecia desconcentrado, mas conseguiu ganhar cinco games seguidos para fechar o jogo. A vitória não foi acompanhada de perto nem pelos brasileiros, já que Fernando Meligeni enfrentava o argentino Javier Frana no mesmo horário.
Passada a ansiedade da estréia, o pupilo de Larri Passos tinha pela frente Jonas Bjorkman. Atualmente, o sueco é o jogador mais velho do circuito, com trinta e cinco anos. Durante a partida, Kuerten procurou se impor. A estratégia funcionou durante boa parte do tempo. O único deslize ocorreu novamente nos momentos finais e dessa vez, o sufoco foi maior. Além de perder a terceira parcial após vantagem considerável (4x1), acabou desperdiçando seis match points no quarto set. Após o susto, conseguiu avançar a terceira rodada (6/4, 6/2, 4/6 e 7/5).
Fininho havia sido eliminado por Filip Dewulf após batalha de cinco sets. Com isso, o Brasil só tinha um representante na competição. O polêmico Thomas Muster, cabeça-de-chave número cinco e ex-número um do mundo, era o adversário de Guga. Curiosamente, no ano anterior, pela Copa Davis, o austríaco abandonou sua equipe nas duplas e evitou o primeiro confronto entre ambos. O motivo alegado é plausível: o desrespeito da torcida brasileira. Voltando ao Aberto da França, o brasileiro realizou aquele que considera o jogo mais difícil do torneio. Pela primeira vez disputava cinco sets. Estava preocupado com a parte física. Mas, no final, superou as adversidades e garantiu vaga nas oitavas-de-final (6/7, 6/1, 6/3, 3/6 e 6/4).
Encerrada a primeira semana de competição, o “manezinho” se preparava para mais um desafio: Andrei Medvedev. Depois de mais de duas horas de disputa, a falta de luz natural interrompeu o duelo dos tenistas. Nesse momento o jogo estava empatado em 2x2 no quinto e decisivo set. No dia seguinte, foi convocado o então juvenil Alexandre Simoni para um aquecimento antes de retornar à quadra Suzanne Lenglen. Esse bate-bola é imprescindível para o desempenho dos atletas. Serve para eles “soltarem” o braço, ou seja, já entrarem com desenvoltura em seus movimentos. O resultado não poderia ter sido melhor. Uma quebra e a vantagem de 4x2. O ucraniano resolveu correr atrás e igualou novamente o marcador. Chegou a ter 0/40 no nono game e a chance de sacar para a vitória. Foi quando se deparou com a dificuldade na devolução de serviço, sua especialidade. Kuerten arriscou tudo e reverteu a situação. O experiente tenista sentiu que havia perdido a melhor oportunidade para garantir vaga nas quartas. E, sacando em 5/6, defendeu dois match points, mas não evitou um lindo lob que o eliminava de Roland Garros (5/7, 6/1, 6/2, 1/6 e 7/5).
Só restavam oito. Os norte-americanos Pete Sampras e Micheal Chang, números 1 e 2 do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) respectivamente, já haviam sido eliminados. O favorito agora era o atual campeão Yevgeny Kafelnikov, justamente o adversário de Guga. Pela terceira vez consecutiva, disputaria cinco sets. Era a estréia na quadra central, a Philippe Chatrier. O russo começou inseguro, teve o saque quebrado no primeiro game e não deteve o controle do jogo na primeira parcial. Resultado: derrota por 6/2. Porém, o “brazuca” estava diante do terceiro do mundo. A reação foi imediata e os dois sets seguintes foram vencidos pelo Top Ten. Mesmo com o placar desfavorável, o catarinense mostrou personalidade, aplicou um “pneu” (quando o rival não ganha um game sequer) e virou o resultado (6/2, 5/7, 2/6, 6/0 e 6/4).
A semifinal tinha caráter de vingança. O belga Dewulf, algoz de Meligeni, era a outra surpresa do torneio. Jornalistas brasileiros abandonaram a Seleção Brasileira de futebol, que estava disputando a Copa das Confederações em Lyon, para realizar a cobertura do desconhecido esportista que começava a despontar. Na partida, Guga reclamou bastante do vento. Suas bolas pararam de entrar após o primeiro set. O nervosismo, algo recorrente em seus jogos, contribuiu para os inúmeros erros. Só que o fato de enfrentar um tenista limitado tecnicamente minimizou a atuação abaixo da média. E a vitória por 3x1 (6/1, 3/6, 6/1 e 7/6) apareceu, juntamente com a vaga na final.
Segundo o tenista, a decisão foi seu melhor jogo, pois entrou “relaxado, tranqüilo, sabendo o que fazer e sem pensar que estava jogando a final de Roland Garros”. Diz ainda que as instruções de Larri Passos foram as mesmas. “Solte o braço, como fez o torneio inteiro”. A consagração veio com pouco mais de uma hora e meia de jogo e os 3x0 (6/3, 6/4 e 6/2) sobre o espanhol Sergi Brugera, décimo sexto pré-classificado.
Na seqüência da carreira, Gustavo Kuerten se tornou tricampeão do evento (2000 e 2001), venceu a Masters Cup (2000) e foi líder do ranking de entradas durante quarenta e três semanas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário