Entrevista com Ricardo Mello
Depois de Vanderlei Cordeiro de Lima e Fábio Seixas, é a vez de Ricardo Mello conceder uma exclusiva ao BLOG DO MASSI.
Para quem não conhece a carreira do tenista, aí vão alguns números:
- Foi número 50 do mundo em 2005
- Faz parte do seleto grupo de brasileiros com título de ATP no currículo
- Campeão do ATP de Delray Beach em 2004
- Terceira rodada de US Open (2004)
- Campeão do Challenger de São Paulo em 2005
- Este ano, tem como melhor resultado a final em León (México)
Vindo de semifinais no Challenger de Florianópolis, o paulista, 213º do mundo, luta para recuperar a boa forma. Na última semana, avançou 27 posições no ranking de entradas.
Sua próxima parada é a Espanha, onde disputa torneio a partir de segunda-feira. No mês de maio, parte para Índia e Turquia, tentando entrar no Top 200.
Nesta entrevista, Ricardo Mello comenta o momento que está passando, relembra o título em Delray Beach, comenta sobre a despedida de Guga e conta história curiosa envolvendo Roger Federer.
BM - Mello, qual a explicação para essa queda de rendimento?
RM - O tênis é um esporte individual. Acho que essa queda de rendimento faz parte. Não existe jogador que não caia. Uns caem mais cedo outros mais tarde. Uns se recuperam e outros não. Um exemplo é o Andre Agassi.
BM - E o que você procurou corrigir para esta temporada?
RM - Acho que não é uma questão de correção, é uma questão de aperfeiçoamento e adaptação constante ao tênis.
BM - Como você avalia este começo de ano? Os resultados estão dentro do esperado?
RM - Venho obtendo resultados melhores em relação a 2007. Estou satisfeito com os resultados até aqui. Semifinal em Miami e Florianópolis e vice-campeonato em León, no México.
BM - Miami foi seu primeiro torneio do ano e León e Florianópolis, os dois últimos. Por que você acha que levou tanto tempo para voltar a ter um bom resultado?
RM - Não me preocupei. Estou tranqüilo quanto aos resultados obtidos até agora na temporada. Nem sempre as coisas saem como queremos, continuei fazendo meu trabalho e o resultado apareceu só agora. Poderia ter vindo antes, mas...
BM - E quais são seus objetivos daqui para frente? Estabeleceu alguma meta até o fim do ano?
RM - Meu principal objetivo é voltar a jogar bem e me sentir bem dentro da quadra. Os resultados serão conseqüência.
BM - Por que a opção de disputar torneios na Índia e na Turquia?
RM - Todos os tenistas estão concentrados na temporada de saibro e optei para jogar na quadra rápida que é onde costumo ter melhores resultados e é o piso que mais gosto também.
BM - Qual a principal dificuldade que um tenista experiente encontra nos challengers?
RM - Pegar jogadores mais novos que estão subindo e com motivação em alta, principalmente quando jogam contra jogadores mais velhos e que tiveram melhor ranking.
BM - Como que é para um tenista que já conquistou um torneio da ATP ter que dar um passo para trás e voltar a disputar challengers?
RM - Isso é uma coisa normal, temos o exemplo dos jogadores como o Ivan Ljubicic, Thomas Johansson, Jonas Bjorkman, que jogaram um challenger em East London, na África do Sul, no inicio do ano.
BM - Você ficou decepcionado por não ter recebido um dos três “wild cards” para o Brasil Open?
RM - Não, na verdade não tinha nenhuma intenção em jogar o Brasil Open. Esse não é o primeiro ano que eu não jogo esse torneio. Não tinha nenhuma expectativa com relação a isso.
BM - Nem chegou a acompanhar o torneio?
RM - Não.
BM - Seu primeiro ponto no ranking da ATP foi conquistado após derrota para Gustavo Kuerten. O que Guga representa para você?
RM - Além de um colega de profissão, uma pessoa trabalhadora e que luta muito pelo que quer.
BM - Acha que a aposentadoria dele é a decisão mais sensata?
RM - Acho, já não tem mais condições físicas para agüentar os jogos.
BM - Quem é do meio do tênis costuma contar uma história engraçada envolvendo você e o Roger Federer. Poderia nos contar o que aconteceu?
RM - Estava em Milão, na Itália, jogando o circuito europeu na categoria 16 anos, contra Roger Federer e tive dois match points no terceiro set. Quando saí da quadra, os dois técnicos da equipe, um argentino e um peruano, tiveram uma conversa comigo de quase uma hora. Me questionaram várias vezes sobre como eu tinha conseguido perder para um tenista tão ruim.
BM - E qual é a diferença daquele Federer para o de hoje?
RM - Jogador centrado, com um jogo muito mais claro dentro da quadra.
BM - Você pretende jogar profissionalmente até quando? Já sabe o que fazer depois que deixar as quadras?
RM - Ainda não pensei em aposentadoria, mas, quando parar, quero fazer qualquer coisa que não tenha que viajar pelo menos por um bom tempo.
BM - Você, assim como a maioria dos tenistas do circuito, diz que o Master Series de Miami é o seu torneio preferido? O que há de tão diferente lá?
RM - É um torneio muito bem organizado, num local muito bonito, com muitos brasileiros na torcida, numa cidade que tem uma atmosfera muito legal.
BM - Qual o significado do torneio de Delray Beach para você?
RM - Provei que posso jogar com os melhores. Isso significa fazer parte de um grupo onde até hoje somente 7 tenistas brasileiros conseguiu entrar.
BM - Em que momento se deu conta de que poderia ser campeão do torneio?
RM - Desde o US Open já vinha com bastante confiança no meu jogo e quando venci o Mardy Fish, na 2ª rodada, passei a acreditar que poderia vencer o torneio.
BM - Que mudanças esta conquista trouxe para você?
RM - Fora ter conquistado meu primeiro titulo de ATP, não mudou nada. Continuei treinando, viajando e tendo os mesmos amigos de sempre.
BM - Para encerrar, não é meio frustrante ver Mardy Fish e Mario Ancic, tenistas que você derrotou naquela ocasião, bem no circuito mundial e saber que poderia estar junto deles?
RM - Não, pelo contrário, como já ganhei deles, isso prova que eu ainda posso voltar a jogar um bom nível de tênis e estar entre eles novamente.
O BLOG DO MASSI agradece ao tenista Ricardo Mello pela entrevista e deseja que o brasileiro volte a jogar o tênis que nos acostumamos a ver.
Para quem não conhece a carreira do tenista, aí vão alguns números:
- Foi número 50 do mundo em 2005
- Faz parte do seleto grupo de brasileiros com título de ATP no currículo
- Campeão do ATP de Delray Beach em 2004
- Terceira rodada de US Open (2004)
- Campeão do Challenger de São Paulo em 2005
- Este ano, tem como melhor resultado a final em León (México)
Vindo de semifinais no Challenger de Florianópolis, o paulista, 213º do mundo, luta para recuperar a boa forma. Na última semana, avançou 27 posições no ranking de entradas.
Sua próxima parada é a Espanha, onde disputa torneio a partir de segunda-feira. No mês de maio, parte para Índia e Turquia, tentando entrar no Top 200.
Nesta entrevista, Ricardo Mello comenta o momento que está passando, relembra o título em Delray Beach, comenta sobre a despedida de Guga e conta história curiosa envolvendo Roger Federer.
BM - Mello, qual a explicação para essa queda de rendimento?
RM - O tênis é um esporte individual. Acho que essa queda de rendimento faz parte. Não existe jogador que não caia. Uns caem mais cedo outros mais tarde. Uns se recuperam e outros não. Um exemplo é o Andre Agassi.
BM - E o que você procurou corrigir para esta temporada?
RM - Acho que não é uma questão de correção, é uma questão de aperfeiçoamento e adaptação constante ao tênis.
BM - Como você avalia este começo de ano? Os resultados estão dentro do esperado?
RM - Venho obtendo resultados melhores em relação a 2007. Estou satisfeito com os resultados até aqui. Semifinal em Miami e Florianópolis e vice-campeonato em León, no México.
BM - Miami foi seu primeiro torneio do ano e León e Florianópolis, os dois últimos. Por que você acha que levou tanto tempo para voltar a ter um bom resultado?
RM - Não me preocupei. Estou tranqüilo quanto aos resultados obtidos até agora na temporada. Nem sempre as coisas saem como queremos, continuei fazendo meu trabalho e o resultado apareceu só agora. Poderia ter vindo antes, mas...
BM - E quais são seus objetivos daqui para frente? Estabeleceu alguma meta até o fim do ano?
RM - Meu principal objetivo é voltar a jogar bem e me sentir bem dentro da quadra. Os resultados serão conseqüência.
BM - Por que a opção de disputar torneios na Índia e na Turquia?
RM - Todos os tenistas estão concentrados na temporada de saibro e optei para jogar na quadra rápida que é onde costumo ter melhores resultados e é o piso que mais gosto também.
BM - Qual a principal dificuldade que um tenista experiente encontra nos challengers?
RM - Pegar jogadores mais novos que estão subindo e com motivação em alta, principalmente quando jogam contra jogadores mais velhos e que tiveram melhor ranking.
BM - Como que é para um tenista que já conquistou um torneio da ATP ter que dar um passo para trás e voltar a disputar challengers?
RM - Isso é uma coisa normal, temos o exemplo dos jogadores como o Ivan Ljubicic, Thomas Johansson, Jonas Bjorkman, que jogaram um challenger em East London, na África do Sul, no inicio do ano.
BM - Você ficou decepcionado por não ter recebido um dos três “wild cards” para o Brasil Open?
RM - Não, na verdade não tinha nenhuma intenção em jogar o Brasil Open. Esse não é o primeiro ano que eu não jogo esse torneio. Não tinha nenhuma expectativa com relação a isso.
BM - Nem chegou a acompanhar o torneio?
RM - Não.
BM - Seu primeiro ponto no ranking da ATP foi conquistado após derrota para Gustavo Kuerten. O que Guga representa para você?
RM - Além de um colega de profissão, uma pessoa trabalhadora e que luta muito pelo que quer.
BM - Acha que a aposentadoria dele é a decisão mais sensata?
RM - Acho, já não tem mais condições físicas para agüentar os jogos.
BM - Quem é do meio do tênis costuma contar uma história engraçada envolvendo você e o Roger Federer. Poderia nos contar o que aconteceu?
RM - Estava em Milão, na Itália, jogando o circuito europeu na categoria 16 anos, contra Roger Federer e tive dois match points no terceiro set. Quando saí da quadra, os dois técnicos da equipe, um argentino e um peruano, tiveram uma conversa comigo de quase uma hora. Me questionaram várias vezes sobre como eu tinha conseguido perder para um tenista tão ruim.
BM - E qual é a diferença daquele Federer para o de hoje?
RM - Jogador centrado, com um jogo muito mais claro dentro da quadra.
BM - Você pretende jogar profissionalmente até quando? Já sabe o que fazer depois que deixar as quadras?
RM - Ainda não pensei em aposentadoria, mas, quando parar, quero fazer qualquer coisa que não tenha que viajar pelo menos por um bom tempo.
BM - Você, assim como a maioria dos tenistas do circuito, diz que o Master Series de Miami é o seu torneio preferido? O que há de tão diferente lá?
RM - É um torneio muito bem organizado, num local muito bonito, com muitos brasileiros na torcida, numa cidade que tem uma atmosfera muito legal.
BM - Qual o significado do torneio de Delray Beach para você?
RM - Provei que posso jogar com os melhores. Isso significa fazer parte de um grupo onde até hoje somente 7 tenistas brasileiros conseguiu entrar.
BM - Em que momento se deu conta de que poderia ser campeão do torneio?
RM - Desde o US Open já vinha com bastante confiança no meu jogo e quando venci o Mardy Fish, na 2ª rodada, passei a acreditar que poderia vencer o torneio.
BM - Que mudanças esta conquista trouxe para você?
RM - Fora ter conquistado meu primeiro titulo de ATP, não mudou nada. Continuei treinando, viajando e tendo os mesmos amigos de sempre.
BM - Para encerrar, não é meio frustrante ver Mardy Fish e Mario Ancic, tenistas que você derrotou naquela ocasião, bem no circuito mundial e saber que poderia estar junto deles?
RM - Não, pelo contrário, como já ganhei deles, isso prova que eu ainda posso voltar a jogar um bom nível de tênis e estar entre eles novamente.
O BLOG DO MASSI agradece ao tenista Ricardo Mello pela entrevista e deseja que o brasileiro volte a jogar o tênis que nos acostumamos a ver.
7 comentários:
Entrevista muito boa!!!!!
Cumprimentos e um abraço!!!
muito boa a entrevista. que passagem esta com o federer, hein? jejeje...
parabéns!
abrazo!
http://gambetas.blogspot.com
falou pessoalmente ou fez por telefone?
Oii tudo bem??
Boa a entrevista!!!
O cara jogo muito bem, mas acho que pode ser bem melhor!!
heheheheee...
vem cá a gente não tem links trocados?????
rs..
bjss
Mais uma grande tacada do Blog do Massi.
Parabéns...
Saudações Celestes
AQUI TEM NOTÍCIAS
AQUI TEM DISCUSSÃO: DIA DO GOLEIRO
ENTREM E SINTAM-SE A VONTADE
Bela entrevista, Massi. Não é todos os dias que se faz uma coisa dessas, ainda paor cima para um blog! Uma iniciativa a seguir com interesse...
E já agora, dá-me os parabéns! O porquê? Vai lá ver...
Muito boa a entrevista, e cara você tem as costas quente hen só entrevista de ponta, rsrsrs!Zueira vc tem é muito trabalho, parabens pelo blog, abração Massi
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