domingo, 23 de setembro de 2007

Às armas!

Por Gabriel Dudziak

Caro leitor, vamos voltar um pouco no tempo.

Mais exatamente para 1996, no Campeonato Brasileiro daquele ano.

Grêmio e Portuguesa na grande final. O time de Luiz Felipe Scolari já era descolado em vencer tudo o que disputava e a Portuguesa era a grande sensação daquele ano.

O time paulistano tinha um elenco bem montado pelo técnico Candinho e contava com ótimos jogadores em todas as posições.

O goleiro era Clêmer, que na época era menos inconstante do que é agora. Na zaga César e Emerson que, apesar de não terem dado seqüência ao bom desempenho de 96 eram ótimos zagueiros.

Na lateral-esquerda ninguém menos do que Zé Roberto. No meio-campo, Capitão e Gallo, sim o atual técnico do Figueirense, se revezavam na tarefa de suster os ataques adversários.

Na criação, Rodrigo Fabri, revelação daquele ano, era quem dava as cartas e servia tanto de garçom quanto de finalizador da equipe.

No ataque o veloz Leandro Amaral e o matador Alex Alves. Ou seja, um time com bons jogadores em todas as posições.

Mesmo assim a força da Lusa não foi páreo para o elenco do Grêmio. Após uma vitória por dois a zero em São Paulo, a equipe rubro-verde sucumbiu perante a força do tricolor gaúcho no Olímpico.

Deste dia em diante a equipe paulistana viveu um período de crise do qual ainda não se recuperou.

Após resultados medianos nas temporadas seguintes, a Lusa atingiu o fundo do poço ao ser rebaixada para a série B do Campeonato Brasileiro no ano de 2002.

Podemos então dizer que desde então a Portuguesa vem numa luta feroz para quem sabe um dia voltar a figurar entre a elite dos clubes brasileiros. Mas está difícil...

Hoje, 11 anos depois daquele time sensação (que apesar de vice teve até direito a foto de campeão nos jornais da capital) não existem mais jogadores como Clêmer, Zé Roberto e Rodrigo Fabri, ou que sequer cheguem a seus pés em termos de categoria.

Tanto é que o próprio clube está incentivando cada vez mais e mais pessoas a se inscreverem nas peneiras da equipe, provavelmente em busca de jovens que possam reverter a situação calamitosa que o time enfrenta.

Eu mesmo cheguei a acessar o site da Lusa para ver quais eram os termos para a inscrição. Contudo, quando já estava lá, prestes a preencher uma ficha com meus dados,me dei conta do que estava fazendo... Algo que parecia uma simples forma de diversão acabou me levando a um momento de epifania no qual tive uma revelação:

Me inscrever numa peneira da Portuguesa seria admitir pra mim mesmo que o clube não tem mais jeito...

*A Coluna do Dudziak é publicada semanalmente neste blog, sempre no final de semana.