sábado, 27 de dezembro de 2008

Balanço do 1º turno do Campeonato Francês

O campeonato francês chegou à sua metade e é hora de analisarmos o que de melhor e de pior aconteceu nestas dezenove rodadas.

O bicho-papão

Pelo quinto ano consecutivo o Lyon termina o primeiro turno na liderança. Um indício de que, mais uma vez, o título tem tudo para ficar nas mãos do clube de Jean-Michel Aulas.

Mesmo assim, nem todos estão satisfeitos com o desempenho da equipe. Se a defesa anda bem, com 12 gols sofridos, o ataque está devendo. Foram apenas 23 gols, sendo dez de Karim Benzema. Além disso, a pontuação da equipe a esta altura da competição é a mais baixa desde a temporada 2003/04, com 38.

A cobrança também existe quando o assunto é elenco. É consenso que o clube se reforçou mal para a temporada, apesar de ter desembolsado 58 milhões de euros. Nenhum dos sete jogadores contratados, entre eles o brasileiro Ederson, apresentou um futebol convincente. Tanto é que o presidente Aulas já confirmou que novos atletas chegarão no mercado de inverno. Um atacante, para fazer dupla com Benzema, e a lateral direita são as prioridades.

Existe ainda um terceiro fator que deixa a torcida do Lyon um pouco aflita: a presença de três adversários tradicionais em seu encalço. O Bordeaux é o vice-líder e está a uma vitória do topo da tabela. O PSG aparece em quarto, com 33 pontos. E o Olympique de Marselha vem logo atrás, com 32.

A surpresa

Entre os quatro grandes, uma surpresa: o Rennes. Após um começo ruim de campeonato - um empate e uma derrota nas duas primeiras rodadas - e a eliminação na primeira fase da Copa da Uefa - contra o Twente (Holanda) -, o clube da Bretanha soube se recuperar e agora mantém uma invencibilidade de 17 partidas, um recorde em sua história.

O sucesso da equipe passa pelo sistema defensivo. Peter Hansson, especialista no jogo aéreo, tira todas na zaga. Rod Fanni e Carlos Bocanegra unem força e velocidade para anulas as jogadas pelas pontas dos adversários, muito comuns no futebol francês. E o volante Abdou Mangane "fecha" o meio.

Para o técnico do Rennes, Guy Lacombe, o importante é marcar pontos. Por isso, quando atua fora de casa, o empate sempre é visto com bons olhos. Não por acaso, em nove partidas longe de seus domínios, foram seis igualdades, sendo quatro 0x0.

Na frente, os "vovôs" Mickael Pagis, 35, ex-Olympique de Marselha, e Jérôme Leroy, 34, ex-PSG, têm mostrado que ainda podem fazer coisas boas. Pagis, atacante de origem, foi recuado para o meio-campo e vem atuando como um autêntico camisa dez. Já com Leroy, aconteceu o inverso. O meia-atacante, sem a mesma mobilidade de antigamente, virou jogador de área.

A ressurreição

Nenhum outro clube evoluiu tanto de uma temporada para outra como o PSG.

A explicação está nas contratações. Saíram Mendy, Éverton Santos, Diané, Pauleta e Souza. Chegaram Makelele, Giuly, Kezman, Hoarau e Sessegnon.

Makelele não tem o mesmo vigor de antes, mas sua técnica é acima da média para os padrões locais. Com Giuly e Kezman, o ataque ganha em experiência e velocidade. Hoarau foi artilheiro da segunda divisão francesa em 2007/08 pelo Le Havre e está substituindo Pauleta à altura. Fez onze gols no primeiro turno e é o vice-artilheiro da competição. Por fim, Sessegnon, contratado junto ao Le Mans por oito milhões de euros, assumiu rapidamente o papel de maestro do time. O PSG agora joga pelo lado direito e o beninense ainda alivia a situação de Rothen na esquerda.

O craque do primeiro turno

Yoann Gourcuff, 22, foi o grande destaque individual do primeiro turno.

Emprestado pelo Milan até o final da temporada, o meio-campista reencontrou seu bom futebol e está comandando o Bordeaux.

No 4-4-2 de Laurent Blanc, Gourcuff é o quarto homem de meio-campo e tem a responsabilidade de levar a bola aos atacantes Cavenaghi e Chamakh.

Sem a obrigação de auxiliar na marcação e com total liberdade em campo, ele já fez três gols e deu seis assistências em 17 partidas.

Suas atuações o levaram a seleção francesa. Desde a Euro-2008, Raymond Domenech já o convocou seis vezes.

Média de gols

Entra ano, sai ano, e o problema continua o mesmo: fazer gol.

A Ligue 1 é, dentre os cinco maiores campeonatos nacionais da Europa, o que tem média mais baixa de gols por partida: 2,2.

A décima sexta rodada foi a que mais contribuiu com esse número. Em dez partidas, apenas 11 gols.

Para piorar, em 13 das 19 rodadas, pelo menos um 0x0 foi registrado.

Brasileiros

O grande destaque do país neste primeiro turno foi Michel Bastos, do Lille. O atleta é mais um exemplo de jogador que era lateral no Brasil e que acabou se destacando como meia na Europa.

Este ano, o jogador já fez nove gols (cinco deles nas últimas cinco rodadas). Na artilharia, está atrás apenas de centroavantes. E é o vice-líder em assistências, com sete. Se levarmos em conta que o Lille balançou as redes 28 vezes na competição, podemos afirmar que o ex-jogador do Figueirense participou diretamente de 57% dos gols da equipe.

Acaba de renovar contrato com o clube até junho de 2012. Mesmo assim, será difícil segurá-lo para a próxima temporada.

Cris e Juninho também vem fazendo um bom campeonato. O zagueiro faz do Lyon a defesa menos vazada da competição e Juninho Pernambucano, apesar de não ser mais tão decisivo como antes, ainda comanda o meio-campo do time. Atuou em 13 partidas, marcando três gols e dando número idêntico de assistências.

A grande decepção brasileira até o momento não é um jogador, mas um treinador. É Ricardo Gomes, do Monaco. Sua equipe, décima segunda na temporada passada, é atualmente a décima quarta colocada.

Na França, o técnico convive com a fama de retranqueiro e sua situação ficou delicada após a derrota por 4x3, em casa, para o Bordeaux, na última rodada do turno. Vale ressaltar que o Monaco vencia por 3x0 até os 7 minutos do segundo tempo.

Classificação

Lyon - 38
Bordeaux - 35
Rennes - 34
PSG - 33
Olympique de Marselha - 32

Artilharia

André-Pierre Gignac (Toulouse) - 12
Fernando Cavenaghi (Bordeaux) - 11
Guillaume Hoarau (PSG) - 11
Karim Benzema (Lyon) - 10
Michel Bastos (Lille) - 9

Entenda o novo sistema de pontuação da ATP em 2009


A ATP decidiu inovar em 2009.

Muda nome, muda local de torneio, muda sistema de pontuação.

A partir de agora, o ATP Tour vira ATP World Tour. Os Masters Series passarão a ser conhecidos como Masters 1000. E a Masters Cup vira ATP World Tour Finals. Aliás, esta deixa Xangai e vai para Londres.

Torneios de menor porte serão chamados de Masters 500 e 250.

Esses números após a denominação do torneio se referem aos pontos que serão dados ao tenista campeão de seu respectivo evento.

Segundo o diretor de marketing da ATP, Phil Anderton, a medida visa facilitar a compreensão do público em relação ao sistema de pontuação. Uma pesquisa encomendada pela entidade indicou que 60% dos torcedores não entendia o mecanismo de pontos do ranking.