domingo, 16 de agosto de 2009

Fala, Bolt!

Às 14h deste domingo, tem semifinais dos 100 metros rasos em Berlim.

Duas horas e meia mais tarde, a tão esperada final.

O jamaicano Usain Bolt é o grande favorito.

Veja o que o recordista mundial comentou sobre a primeira eliminatória, a expectativa pelo ouro e a respeito de seus adversários em entrevista dada ao jornal francês L'Équipe:

Primeiro dia de competição

Estou com sede de vitória. (Nas eliminatórias) apenas economizei energia. Fiquei contente com minha largada, não tive que forçar o ritmo. Estou satisfeito. Contente comigo mesmo. Corri menos que Asafa Powell e Tyson Gay? Não tem problema. É a final que vai contar. E me sinto muito bem.

Estado de espírito

Estou confiante pois sei que treinei duro e que estou pronto. Depois, guardo em um canto de minha cabeça que posso perder. Jamais disse que sou invencível. A gente sempre pode ter um mal dia. Não é grave. Quando você perde, é como quando você escreve um artigo. Se seu chefe diz: "É preciso mudar isso!", da próxima vez, você não repetirá a mesma besteira. E eu, se corrigir as coisas, tenho tudo para vencer.

Mudança de vida em Kingston (Jamaica)

Meu dia perfeito é ficar em casa e não fazer nada, dormir e jogar videogame. Se não tenho que ir a algum lugar, fico em casa. Sair na rua ficou algo difícil, pois as pessoas me param a todo instante. Tento mandar amigos para fazer as coisas, comprar alguma coisa. Além disso, quando saio, tenho o cuidado de pegar as fotos quando vou a algum festa. Devo me vigiar com as coisas que digo. São alguns cuidados, mas que não vão mudar meu estilo de vida.

Descontração na pista

Em 2002 (aos 15 anos), durante um Mundial Júnior (em Kingston), o público só esperava uma coisa: que eu vencesse. Nunca havia me sentido tão nervoso! Não queria decepcionar. Ganhar em casa, é o mais complicado. No exterior, você corre diante de espectadores que não te conhecem. Você deve apenas ir lá e ganhar.

Show como tática de intimidação

Jamais. Este sou apenas eu. (Faço o show) porque o público adora. Eles vem para isso. Eu lhes dou o que eles esperam. Eu lhes mostro que me divirto e isso ajuda também a relaxar. Minha felicidade é correr. Se você tem prazer em fazer o que faz, é mais tranquilo ser vitorioso.

Diálogo com o pai antes do ouro nos 100m em Pequim

- Jamaica, você não está nervoso?
- Não.
- Pois nós (família) estamos.
- Por que vocês estão nervosos? Sou eu que corro. Você só tem que se sentar em frente a tevê e assistir à prova.