sexta-feira, 14 de setembro de 2012

As mudanças do tênis masculino para 2013

Os últimos dias foram movimentados no tênis masculino. Para começar, o britânico Andy Murray conquistou o seu primeiro título de Grand Slam no US Open. Depois, a Koch Tavares iniciou a venda de ingressos para o Gillette Federer Tour, no início de dezembro, em São Paulo. E agora o final de semana será de jogos pela Copa Davis. 

Três acontecimentos que acabaram ofuscando o anúncio da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) em seu site oficial. Em 2013, a entidade promete duas mudanças em suas regras.

A primeira é a redução da punição para a demora nos saques. De acordo com o regulamento, um jogador tem 25 segundos para iniciar um novo ponto. Caso não cumpra, o tenista, seja sacador ou recebedor, é advertido em primeira instância e punido com a perda de um ponto em um segundo momento. Agora, a regra será mantida apenas para o tenista que estiver recebendo o saque. No caso do sacador, após a advertência, haverá uma punição de "fault". Ou seja, ele perderá o primeiro serviço.

Mas a principal mudança é o fim do "let", jogada em que a bolinha bate na rede e cai na área de saque após um serviço. Durante os três primeiros meses de 2013, nos torneios da série Challenger, a proposta da ATP é que seja dada sequência ao ponto após um saque que conte com o desvio na rede. Uma alteração que pretende dar dinamismo ao jogo, mas que promete dificultar a vida dos tenistas, acostumados com a interrupção do ponto há décadas.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Mariano: órfão dos brasileiros

Mariano foi contratado pelo Bordeaux no final de 2011. Chegou por recomendação do técnico François Gillot, que assistiu alguns DVDs do lateral-direito. Apesar de vir de uma temporada desgastante no Fluminense, o brasileiro logo virou titular da equipe. Participou das 19 partidas do segundo turno da liga. Não fez gols, nem se aproximou das atuações que lhe renderam uma transferência ao futebol europeu. Mas foi regular.

Fora de campo, tudo também foi muito rápido. Desde a concretização do negócio, durante as férias de fim de ano, até a apresentação no novo clube, no dia 30 de dezembro. Não houve tempo de adaptação ao idioma, ao clima e à culinária local.

Dificuldades que ainda são sentidas pelo jogador neste início de segunda temporada e que, segundo Gillot, só são supridas quando Mariano tem os compatriotas Jussiê e Henrique ao lado. 

Crédito: AFP / Pierre Andrieu
Em entrevista recente à revista francesa So Foot, o treinador usou este argumento para justificar o mau desempenho do lateral em alguns momentos da pré-temporada. De acordo com o técnico, Mariano é "órfão dos brasileiros". Como Jussiê e Henrique sofreram contusões durante a preparação, ele sentiu o atleta mais travado.

"Acho que ele é melhor quando os outros brasileiros estão ao seu lado, conversa mais. O Mariano fica um pouco no canto dele, não é muito falante. Já entende o francês, mas não fala muito. Mas eu já tenho o meu tradutor, que é o Henrique".

A atenção dada pelo técnico espanta. Normalmente, esta falta de cuidado com o atleta brasileiro é um dos motivos alegados pelos mesmos para voltarem ao país. E mesmo ciente das dificuldades enfrentadas por Mariano, Gillot segue o escalando. Foi titular do Bordeaux nas quatro primeiras rodadas da liga francesa.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Marcos Senna: uma década de Villarreal

Primeiro de setembro de 2002. Passado um mês da derrota do São Caetano na final da Libertadores para o Olímpia, do Paraguai, Marcos Senna finalmente estreava pelo novo clube, o Villarreal. Um 2 a 2 contra o Osasuna, em casa, que deixou o elenco inteiro insatisfeito. Exceto ele, é claro. Para o volante, aquela era a porta de entrada no futebol europeu, a realização de um sonho de infância.

Primeiro de setembro de 2012. No mesmo estádio El Madrigal, Marcos Senna jogava pela segunda divisão espanhola. O adversário dessa vez era o Deportivo Guadalajara, muito mais modesto que o já modesto Osasuna.

Experiências completamente distintas, que retratam bem os dez anos de Marcos Senna no Villarreal. Chegou ao clube como desconhecido. A única referência até então era o primo famoso, Marcos Assunção, que brilhava pela Roma, da Itália, e estava de malas prontas para Sevilha, onde defenderia o Real Betis.

Com muita aplicação, conquistou seu lugar no time titular e ajudou a projetar o clube, cuja primeira participação na elite espanhola havia acontecido em 1998. Bastaram três temporadas para o volante classificar a equipe para a Champions League e levá-la às semifinais (reveja o pênalti perdido por Riquelme contra o Arsenal). Em 2008, foi vice-campeão nacional e, já naturalizado espanhol, acabou convocado para disputar a Eurocopa. Sem dúvida, o ápice da carreira.

Dali em diante, uma série de contusões impediram Marcos Senna de repetir as grandes atuações. A seleção começou a ficar distante, e o Villarreal cada vez mais longe do topo da tabela do Campeonato Espanhol. Na última temporada, ainda viu a equipe ser rebaixada.

Sem a condição financeira de antes, o clube chamou Marcos Senna para renovar o contrato com bases salariais inferiores. O volante, que recebeu outras propostas (uma delas do Corinthians), decidiu permanecer: "Os torcedores diziam que eu devia continuar e me animaram a ficar", comentou à agência EFE. Como resposta a este carinho, Senna ainda disse: "Quero devolver a equipe à elite".

A deixa perfeita para a maior homenagem que o atleta de 36 anos poderia receber na carreira. O portão 19 do El Madrigal, um dos acessos do estádio aos torcedores, foi rebatizado com seu nome: "Às vezes, passo ali e ainda não acredito que seja o meu portão."

Crédito: site oficial do Villarreal
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Na última segunda-feira, Bruno, que forma a dupla de volantes do Villarreal com Marcos Senna, anunciou sua renovação de contrato com a equipe por mais oito temporadas. Com isso, ele fica no clube até, pelo menos, 2020.