terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Fernando Carvalho

O ex-presidente do Internacional, campeão mundial de clubes em 2006, deu a fórmula para o sucesso da equipe gaúcha e retomou sua trajetória. Passarei alguns dados.

Fernando Carvalho assumiu as categorias de base do time em 1995. Quis transformar a estrutura do Inter, que era precária. Ele acompanhava a grave situação pois seu filho jogava em divisões inferiores. Suas primeiras medidas foram: arranjar patrocínio e uniformes próprios, individuais.

Em 1999, perdeu eleição para presidente, cuja votação era exclusiva para o Conselho Deliberativo.

No ano seguinte, começou campanha para o mandato seguinte. Criou o MIG (Movimento Inter Grande). Em 2002, foi eleito por sócios e pelo conselho. Adotou gestão profissional.

No mesmo ano, errou na estratégia. Contratou cerca de quinze atletas e todos com contratos curtos. No segundo semestre, jogadores já pensavam em transferências e não estavam focados. Salários estavam atrasados em até dois meses.

A partir de 2003, a história foi diferente. A receita de televisão seria destinada completamente ao pagamento dos ordenados. Fechou contratos de três anos com os reforços.

No marketing, fidelizaram os sócios. Os oito mil de então já se tornaram cinquenta. Organizaram a Visita Colorada, onde 25 sócios visitavam semanalmente o Beira-Rio e a diretoria e conversavam com o presidente, além de conhecer o memorial. Também sorteavam as bolas dos jogos e levavam torcedores para viajar com a delegação em partidas fora de casa. Logicamente, proposta para os que estavam com as contas em dia. Inadimplentes não faziam parte do projeto.

Em 2004, Muricy saiu para dirigir o São Caetano. Lori Sandri levou o Inter ao título estadual, mas, em seguida, se desentendeu com os atletas e saiu. Joel Santana o substituiu sem sucesso. Foi então que Muricy voltou. Conhecendo os jogadores, teve rápida readaptação.

2005 foi o ano da continuidade. Mantiveram a base e adquiriram novos valores, como Tinga e Jorge Wagner. A falta de verba, problema constante deste período, foi solucionada da seguinte forma: jogadores da base eram íncluídos em negociações e assim atletas caros, como o mesmo Tinga e Fernandão, vinham a preço acessível. O volante Marcelo Labarthe, o zagueiro João Guilherme e o atacante Diego foram alguns dos envolvidos.

Já a época de conquistas veio com Abel Braga, que tinha fama de perdedor. A torcida tinha carinho por Abelão, já que o mesmo havia conduzido o Inter as semifinais da Libertadores em sua última participação. O resultado vocês já sabem. Título mundial contra o Barcelona.

Danny Jordan

Muitos não devem conhecê-lo pelo nome, portanto, irei apresentá-lo. Este é o "Beckenbauer"da Copa de 2010. Ou seja, ele é o organizador do evento da África do Sul. É uma figura emblemática, já que militou contra o apartheid no país.

O tópico mais interessante de sua palestra foi a comparação com a candidatura brasileira. Ele lembrou que o "país do futebol" pode se dar ao luxo de escolher suas sedes, pois em cada cidade existe um público apaixonado e estrutura para construir estádios. Já em seu país, algumas cidades não poderiam postular candidatura, tendo em vista que o legado deixado seria trágico. As arenas não seriam utilizadas.

Algumas novidades apontadas para a Copa de 2010: público assistirá a partidas ao vivo pelo celular, o estádio de Johanesburgo terá capacidade para 96 mil pagantes e os gastos com estádios estão na casa de €1,7 bilhão.

Curiosidades de Copas anteriores: site da Fifa foi acessado em 2002 por 4,2 bilhões de pessoas durante o torneio e 2 milhões de turistas foram a Alemanha.

5 novos estádios serão construídos, 4 passarão por uma pequena melhora e 1 por grande reforma.

O impacto da televisão também impressiona. 43.600 programas são dedicados ao campeonato. 376 emissoras, de 214 países realizam as transmissões. E a final entre França e Itália, em 2006, foi vista por 715,1 milhões de pessoas.

Algumas declarações de Jordan serão guardadas, pois originarão novos posts.

Painel: Antônio Lopes e Gallo

A última atração do primeiro dia do FOOTECON foi o painel mediado pelo comentarista do Sportv, Paulo César Vasconcellos, e que contou om a preença dotreinador Antônio Lopes, campeão brasileiro pelo Corinthians em 2005, e Alexandre Gallo, atualmente no Figueirense.

A nota negativa foi a ausência dos treinadores Geninho, do Sport, e Abel Braga, do Internacional.

Pensando de uma outra forma, foi até bom, pois com menos integrantes na mesa, eles puderam expor bem suas idéias, principalmente, Lopes.

O "delegado", apelido pelo período em que esteve na polícia, destacou a modernização do sistema 3-5-2. Repare que nos três times que citarei, haverá excesso de volantes e raramente três zagueiros de ofício.

O Botafogo, de Cuca, foi o pioneiro. Colocou um volante, Luciano Almeida, na zaga pelo lado esquerdo, ou seja, exercendo a função de beque e lateral. Outro volante foi para a ala-direita, Joílson. Na verdade, o agora jogador do São Paulo atuou como meia-direita. Jorge Henrique, o atacante, era o meia-esquerda.

O Flamengo, por sua vez, improvisou Jaílton e, de vez em quando, Rômulo, era o terceiro zagueiro. No meio-campo, uma linha de quatro: Léo Moura, Toró, Cristian e Juan. Ibson, cabeça-de-área de origem, foi o homem da ligação ao ataque.

Muricy Ramalho fez o mesmo no bicampeão brasileiro. Ora puxava Breno, ora Alex Silva para proteger o lado direito da zaga. Portanto, ocupavam as duas funções. O primeiro teste dessa inovação foi feito com Richarlyson, que ocupava a zaga pela esquerda. Não deu muito certo. No meio, também uma linha com quatro integrantes: Souza, Hernanes, Richarlyson e Jorge Wagner.

Reparem que essa tem sido uma tônica do futebol nacional. Muitos jogadores ocupando diversas funções e preenchendo oa região central do campo para facilitar na marcação. Luxemburgo e Parreira, em suas palestras, destacaram que a preocupação com o sistema defensivo e a saída em velocidade, no contra-ataque, estão sendo priorizadas.

Lopes, com isso, concluiu que, "taticamente o Brasileirão foi bom, mas tecnicamente, apenas regular". Alguns números que ele trouxe evidenciam isso.Kléber, lateral-esquerdo do Santos, por exemplo, foi o melhor passador da competição, com 87,5% de acerto, o que é péssimo, já que a referência de um profissional comum do futebol tem que ser de 90%.

Gallo aproveitou a deixa de Lopes e também discutiu a linha de quatro no meio-campo, aprimorando algumas coisas. Frisou que somente o Grêmio joga com duas linhas de quatro e lembrou que seus atacantes marcam os volantes, na saída de bola. O treinador afirmou que o próximo passo será escalar três atacantes, já que sempre copiamos o modelo europeu de jogo. Olhe o Manchester United: Cristiano Ronaldo na direita, Tevez na esquerda e Rooney no meio. Barcelona idêntico. Ronaldinho Gaúcho, Henry (ou Eto'o) e Messi. Essa é a nova moda. Times com um trio ofensivo. Reparem!!!

A postura de muitos técnicos de deixar um atacante isolado é simples: fazer com que o líbero do adversário fique preso e não saia para o jogo. Otacílio Neto fez essa função no Figueirense. Falando dos catarinenses, desde que Gallo assumiu, Ruy e César Prates, que ficam nos extremos do campo, se tornam dois pontas em alguns momentos do jogo.

Ou seja, o 3-5-2 fixo não existe mais. Agora, foi implementado o 3-5-2 rotativo.

BLOG DO MASSI no BLOG DO JUCA

Caros leitores,

Primeiramente, gostaria de pedir desculpas por ainda não ter postado nada sobre o FOOTECON. Estou com problemas de conexão, mas muitas coisas boas já foram ditas neste primeiro dia de congresso e serão repassadas.

A outra notícia, que mostra a repercussão do BLOG DO MASSI, é a matéria publicada no blog do jornalista Juca Kfouri, que tem mais de 28 milhões de visitas.

Obrigado, Juca! Obrigado a todos que fazem este blog junto comigo!!

Alexandre Massi