terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Painel: Antônio Lopes e Gallo

A última atração do primeiro dia do FOOTECON foi o painel mediado pelo comentarista do Sportv, Paulo César Vasconcellos, e que contou om a preença dotreinador Antônio Lopes, campeão brasileiro pelo Corinthians em 2005, e Alexandre Gallo, atualmente no Figueirense.

A nota negativa foi a ausência dos treinadores Geninho, do Sport, e Abel Braga, do Internacional.

Pensando de uma outra forma, foi até bom, pois com menos integrantes na mesa, eles puderam expor bem suas idéias, principalmente, Lopes.

O "delegado", apelido pelo período em que esteve na polícia, destacou a modernização do sistema 3-5-2. Repare que nos três times que citarei, haverá excesso de volantes e raramente três zagueiros de ofício.

O Botafogo, de Cuca, foi o pioneiro. Colocou um volante, Luciano Almeida, na zaga pelo lado esquerdo, ou seja, exercendo a função de beque e lateral. Outro volante foi para a ala-direita, Joílson. Na verdade, o agora jogador do São Paulo atuou como meia-direita. Jorge Henrique, o atacante, era o meia-esquerda.

O Flamengo, por sua vez, improvisou Jaílton e, de vez em quando, Rômulo, era o terceiro zagueiro. No meio-campo, uma linha de quatro: Léo Moura, Toró, Cristian e Juan. Ibson, cabeça-de-área de origem, foi o homem da ligação ao ataque.

Muricy Ramalho fez o mesmo no bicampeão brasileiro. Ora puxava Breno, ora Alex Silva para proteger o lado direito da zaga. Portanto, ocupavam as duas funções. O primeiro teste dessa inovação foi feito com Richarlyson, que ocupava a zaga pela esquerda. Não deu muito certo. No meio, também uma linha com quatro integrantes: Souza, Hernanes, Richarlyson e Jorge Wagner.

Reparem que essa tem sido uma tônica do futebol nacional. Muitos jogadores ocupando diversas funções e preenchendo oa região central do campo para facilitar na marcação. Luxemburgo e Parreira, em suas palestras, destacaram que a preocupação com o sistema defensivo e a saída em velocidade, no contra-ataque, estão sendo priorizadas.

Lopes, com isso, concluiu que, "taticamente o Brasileirão foi bom, mas tecnicamente, apenas regular". Alguns números que ele trouxe evidenciam isso.Kléber, lateral-esquerdo do Santos, por exemplo, foi o melhor passador da competição, com 87,5% de acerto, o que é péssimo, já que a referência de um profissional comum do futebol tem que ser de 90%.

Gallo aproveitou a deixa de Lopes e também discutiu a linha de quatro no meio-campo, aprimorando algumas coisas. Frisou que somente o Grêmio joga com duas linhas de quatro e lembrou que seus atacantes marcam os volantes, na saída de bola. O treinador afirmou que o próximo passo será escalar três atacantes, já que sempre copiamos o modelo europeu de jogo. Olhe o Manchester United: Cristiano Ronaldo na direita, Tevez na esquerda e Rooney no meio. Barcelona idêntico. Ronaldinho Gaúcho, Henry (ou Eto'o) e Messi. Essa é a nova moda. Times com um trio ofensivo. Reparem!!!

A postura de muitos técnicos de deixar um atacante isolado é simples: fazer com que o líbero do adversário fique preso e não saia para o jogo. Otacílio Neto fez essa função no Figueirense. Falando dos catarinenses, desde que Gallo assumiu, Ruy e César Prates, que ficam nos extremos do campo, se tornam dois pontas em alguns momentos do jogo.

Ou seja, o 3-5-2 fixo não existe mais. Agora, foi implementado o 3-5-2 rotativo.

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