sábado, 16 de janeiro de 2010

Federer quer fazer exibições na América do Sul

Roger Federer concedeu uma bela entrevista ao jornal francês L'Équipe na edição de ontem (15 de janeiro).

Falou de recordes que ainda almeja bater, aposentadoria, de Davydenko e até de Tiger Woods.

Além disso, afirmou que deseja disputar torneios-exibição na América do Sul. Excelente notícia para o tênis brasileiro.

Abaixo, você confere os principais trechos desse bate-papo:


Recorde no Masters 1000

Superar o recorde de Agassi em Masters 1000 (17 títulos contra 15 de Federer) não me empolga muito. Esse tipo de torneio existe há pouco mais de vinte anos e não sei quantos troféus poderiam ganhar grandes tenistas de gerações anteriores. Por isso, esse recorde não é muito significativo.

Recorde de semanas como número 1

Esse sim é um recorde importante. Quando superei Jimmy Connors já achava uma marca muito forte. Ficar tanto tempo nessa posição, ainda mais sabendo quem vem atrás (no ranking), não é fácil. Agora, acho que o meu principal objetivo é terminar o ano como número 1.

OBS: Se mantiver o primeiro posto até Roland Garros, Federer superará Sampras como maior número 1 (286 semanas na liderança tem o americano). Caso termine 2009 na liderança, igualará o ex-tenista ao encerrar seis temporadas como primeiro do mundo.

Aposentadoria / Exibições na América do Sul

Para acalmar todo mundo, garanto que jogarei até os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Mas é o mínimo. Não penso em parar lá. Me vejo bem para jogar depois, mas de um jeito diferente. Quero tentar jogar novos torneios e disputar exibições na América do Sul onde quase nunca tive a chance de ir.

Geração mais forte. A de 2002 (quando virou Top Ten) ou a de agora?

Questão complicada. Não tenho certeza. Hoje em dia, os tenistas têm menos deficiências mas talvez tenham também menos pontos fortes. Antes, tínhamos jogadores mais surpreendentes, com formas de jogo mais variadas. Era complicado dominar um tipo de piso. Hoje está tudo mais uniforme. Geralmente, quando vejo Davydenko, Del Potro ou Djokovic, me pergunto qual é realmente seu golpe mais forte.

Aposta para 2010

(Andy) Murray, se for para citar só um. Ele se desenvolveu de uma forma inteligente, já ganhou muitos Masters 1000 (quatro) e tem bastante experiência.

Davydenko

Ah, Davydenko! Posso te garantir que vou lhe acompanhar de perto em Melbourne. O Aberto da Austrália nos mostrará se ele pode manter seu ritmo, se pode nos bater em uma melhor de cinco sets. Será interessante à beça.

Peso

Emagreci. Depois de Miami-2008, decidi que queria perder, pelo menos, três quilos. Não me sentia mais tão leve em quadra.

Sono

Preciso dormir onze, doze horas por dia. Senão, não rendo o que posso. Quando as gêmeas choram à noite e estou durante um torneio, coloco um tapa ouvido e durmo novamente.

Confronto contra Espanha na Davis

Não vou. Não é porque vamos enfrentar a Espanha, mas porque o piso escolhido foi o saibro. E o confronto ocorrerá entre Dubai e Indian Wells (quadra dura). Isso me deixa chateado por um lado, mas sei porque tomei esta decisão.

Conversa com Tiger Woods

É meu amigo, falei com ele e dei todo o meu apoio. É difícil para ele e para sua família ver um tema tão íntimo ser abordado em todo lugar. Esse caso de Tiger também serve como aprendizado. Tenho consciência de que em um dia minha imagem pode mudar completamente. Dá um pouco de medo, mas as coisas são assim. Tiger precisa ter calma. Logo mais, voltará a ser o golfista genial que conhecemos.