sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Post especial de 1 ano: Entrevista com Gustavo Borges

Hoje, 1º de Agosto, o BLOG DO MASSI completa 1 ano de vida. Para comemorar a data, nada melhor do que uma entrevista com uma referência do esporte nacional, o ex-nadador Gustavo Borges.

Com quatro medalhas olímpicas na carreira (duas de prata e duas de bronze), Borges abandonou as piscinas após o revezamento 4x100 livre nos Jogos de Atenas-2004.

Em 2008, irá para as Olimpíadas, só que em outra função: a de comentarista.

Pouco antes de embarcar para a China, ele respondeu às perguntas deste blogueiro. Confira:


Blog do Massi - Em entrevista coletiva, você afirmou que três brasileiros têm chance de voltar com uma medalha de Pequim: Thiago Pereira, César Cielo e Kaio Márcio. Mesmo assim, ressaltou a dificuldade que terão de trazê-la. O que falta para os três atingirem o patamar dos favoritíssimos à medalha olímpica?

Gustavo Borges - Eles estão bem posicionados no ranking mundial, mas não nas três primeiras colocações. A diferença vai ser durante os Jogos e ver como foi a preparação de todos. O nervosismo sempre atrapalha o resultado e essa vai ser a maior dificuldade.

BM - Você estará em Pequim durante os Jogos Olímpicos e terá a oportunidade de conversar com estes três atletas. Com toda a sua experiência em Olimpíadas, o que pode passar a eles? Se tivesse que dar uma dica técnica, o que cada um deles deve explorar em suas respectivas provas?

GB - Acho que a tranqüilidade e paciência. Dica técnica não. Não tenho nenhuma condição de interferir no trabalho dos treinadores especialmente no momento crucial de competição.

BM - Muito tem se falado a respeito do LZR. Gostaria de saber se você já teve a oportunidade de testá-lo e até que ponto um traje pode auxiliar os atletas?

GB - Não experimentei. O traje ajuda sim no resultado. Mas o corpo é que faz o resultado. Com um equipamento de alta performance e um atleta bem preparado, os tempos caem.

BM - Assim que você se aposentou, o grande assunto envolvendo seu nome foi uma possível candidatura para a presidência da CBDA, sucedendo Coaracy Nunes. Ainda há o desejo de ocupar o cargo?

GB - No momento, não. É um trabalho que demanda muito tempo e hoje meu trabalho está direcionado para outros projetos.

BM - No que se refere à estrutura, o que falta para a natação brasileira se tornar uma potência no esporte?

GB - Acho que desenvolver mais praticantes para o esporte, melhorar a infra-estrutura que temos e investir na educação dos profissionais.

BM - Durante sua carreira, você atuava como um embaixador da natação no Brasil. Tinha a preocupação de ser atencioso com os fãs, com a imprensa e difundir a modalidade. Você não sente falta de alguém na geração atual que lhe substitua nesta função?

GB - Acho que os jovens nadadores podem vir a exercer esta função. Temos vários candidatos a isso como o Thiago e o César. Acho que os resultados por um período de tempo e medalhas olímpicas são a fórmula para se tornar conhecido. Já a atenção e a disponibilidade para os fãs é um outro processo, que envolve a personalidade de cada um.

BM - Para encerrar, gostaria que nomeasse um nadador internacional que pode surpreender nestes Jogos Olímpicos e que a mídia não está acompanhando atentamente. Além disso, deixasse o nome de algum atleta nacional que devemos ficar atentos para a geração de 2012.

GB - Nomes internacionais para surpreender até no meu caso é difícil, pois temos um esporte bem objetivo com tempos. Talvez o Ryan Locthe, superando o Michael Phelps em alguma prova, seria uma surpresa. No Brasil, para 2012, eu gosto do Guilherme Guido nos 100 metros costas e do Fernando Silva nos 100 livre e borboleta.