Impressões do PAN - Parte 1
Apesar dos Jogos Pan-Americanos já terem terminado há algum tempo, cerca de dez dias, creio valer a pena relatar algumas das impressões sentidas pelo autor deste blog quando esteve no Rio de Janeiro acompanhando algumas das competições. Nesse caso, a expressão legado, tão corriqueira no meio esportivo, serve para mim também. Tudo o que pude acompanhar lá me trouxe uma concepção diferente de um evento deste porte. Na primeira parte da série, abordarei as instalações esportivas, ou seja, todos os ginásios, arenas e estádios que foram reformados ou construídos.
Como maior do mundo, o Maracanã merece uma posição de destaque, sendo, portanto, alvo dos primeiros comentários. Ao entrar no complexo, relembrei momentos anteriores em que estive assistindo jogos por lá. Fiz aquelas comparações básicas, como a entrada tumultuada que existia e a tranqüilidade atual, os sanitários, lanches e conforto dos assentos. Não há dúvidas quanto às melhorias, afinal de contas foram investidos mais de cem milhões de reais. Porém, é inadmissível que com tais gastos, o torcedor seja obrigado a se sentar em cadeiras sujas e sem encostos. O meu ingresso indicava que meu lugar era central em relação ao gramado. Contudo, a pira pan-americana estava justamente na minha frente, impedindo a visão total do jogo e ainda provocando calor excessivo para os espectadores. Sem dúvida o estádio Mário Filho foi o que gerou maior frustração. Além, é claro, do simples fato que a medalha de ouro do futebol era disputada pelos times sub-20 de Jamaica e Equador.
Já no Autódromo de Jacarepaguá, a Arena Poliesportiva e o Parque Aquático Maria Lenk me deixaram encantados. Logo que cheguei, no dia vinte de Julho, após atraso de seis horas do vôo, peguei um táxi diretamente para o local. Precisava retirar os ingressos e ver em seguida as eliminatórias da natação. Conforme o motorista se aproximava da região, eu observava aquelas monstruosidades completamente iluminadas, um espetáculo. Quando desci do veículo, parei alguns instantes e falei sozinho: que foda! Desculpem os termos, mas a sensação foi essa, não sabia mais o que falar, me sentia uma criança entrando em um parque de diversões. Bobeiras à parte, retirei minhas entradas e me dirigi ao Maria Lenk. Sentei confortavelmente, olhava o telão que disponibilizava dados dos atletas e só me preocupei em assistir as provas. O banheiro era perfeito e tudo estava com cara de novo. Dois dias depois, retornei para ver as finais. Só que dessa vez optei pelo camarote. A minha visão era equivalente a da Rede Globo. Conseguia ver o movimento do Cielo nos cinqüenta metros livre, a batida final, a reação do nadador ao ver o tempo. Lamento apenas que a organização não se preocupe com todos os torcedores e priorize a elite brasileira. Uma outra ressalva foi a queixa dos atletas quanto ao frio que passavam ao sair das piscinas. Precisaria ser feita uma cobertura, tornando o local fechado. Você já imaginou o saltador que tem que subir os dez metros da plataforma com um traje de banho. Prejudica sua concentração. Na decisão de basquete, por sua vez, refleti um pouco sobre o uso desse ginásio daqui para frente, já que o Maracanãzinho é mais acessível e o padrão de qualidade das duas arenas é excelente. Não é à toa que nenhuma empresa teve interesse na licitação para administrar o espaço.
O Riocentro recebeu esportes de menor repercussão no Brasil, como judô, caratê e tênis de mesa, apresentando uma falha importante: a falta de acabamento do complexo. Evidentemente, para os esportistas os danos foram pequenos, mas era nítido que as ruas próximas não foram asfaltadas, havia muito barro, materiais de construção largados. O beisebol e o softbol foram prejudicados e tiveram dificuldade em realizar seus jogos, já que a Cidade do Rock, no mesmo pavilhão Riocentro, sofria com as chuvas e com a lama que se formava.
Por último, o Engenhão é o que há de mais belo no Brasil. Apesar da sua péssima localização, é um estádio de primeiro mundo. Muito parecido com o Stade de France, em Saint-Denis. Arquibancadas retráteis, pista de atletismo que segue o padrão das competições da IAAF, lugares numerados, espaço adequado para a imprensa exercer seu trabalho com a melhor qualidade, camarotes, conforto mesmo para os que estão situados nos piores lugares. Resumindo: tudo de muito bom gosto.
Às vezes temos a mania de criticar demais as coisas. Quero que fique claro que se focarmos no Brasil, não existem instalações mais modernas do que essas que o Rio de Janeiro criou. São impressionantes. Porém, se pensarmos no padrão europeu, ainda faltam alguns detalhes, que são os que fazem a diferença, por exemplo, numa escolha de sede das Olimpíadas.
Infelizmente, não pude analisar o Maracanãzinho como deveria. Conheci somente a área externa. Como todos acompanharam, os ingressos para o vôlei foram os mais disputados e vendidos com antecedência. Uma falha grave, mas que prometo será consertada em breve.
Como maior do mundo, o Maracanã merece uma posição de destaque, sendo, portanto, alvo dos primeiros comentários. Ao entrar no complexo, relembrei momentos anteriores em que estive assistindo jogos por lá. Fiz aquelas comparações básicas, como a entrada tumultuada que existia e a tranqüilidade atual, os sanitários, lanches e conforto dos assentos. Não há dúvidas quanto às melhorias, afinal de contas foram investidos mais de cem milhões de reais. Porém, é inadmissível que com tais gastos, o torcedor seja obrigado a se sentar em cadeiras sujas e sem encostos. O meu ingresso indicava que meu lugar era central em relação ao gramado. Contudo, a pira pan-americana estava justamente na minha frente, impedindo a visão total do jogo e ainda provocando calor excessivo para os espectadores. Sem dúvida o estádio Mário Filho foi o que gerou maior frustração. Além, é claro, do simples fato que a medalha de ouro do futebol era disputada pelos times sub-20 de Jamaica e Equador.
Já no Autódromo de Jacarepaguá, a Arena Poliesportiva e o Parque Aquático Maria Lenk me deixaram encantados. Logo que cheguei, no dia vinte de Julho, após atraso de seis horas do vôo, peguei um táxi diretamente para o local. Precisava retirar os ingressos e ver em seguida as eliminatórias da natação. Conforme o motorista se aproximava da região, eu observava aquelas monstruosidades completamente iluminadas, um espetáculo. Quando desci do veículo, parei alguns instantes e falei sozinho: que foda! Desculpem os termos, mas a sensação foi essa, não sabia mais o que falar, me sentia uma criança entrando em um parque de diversões. Bobeiras à parte, retirei minhas entradas e me dirigi ao Maria Lenk. Sentei confortavelmente, olhava o telão que disponibilizava dados dos atletas e só me preocupei em assistir as provas. O banheiro era perfeito e tudo estava com cara de novo. Dois dias depois, retornei para ver as finais. Só que dessa vez optei pelo camarote. A minha visão era equivalente a da Rede Globo. Conseguia ver o movimento do Cielo nos cinqüenta metros livre, a batida final, a reação do nadador ao ver o tempo. Lamento apenas que a organização não se preocupe com todos os torcedores e priorize a elite brasileira. Uma outra ressalva foi a queixa dos atletas quanto ao frio que passavam ao sair das piscinas. Precisaria ser feita uma cobertura, tornando o local fechado. Você já imaginou o saltador que tem que subir os dez metros da plataforma com um traje de banho. Prejudica sua concentração. Na decisão de basquete, por sua vez, refleti um pouco sobre o uso desse ginásio daqui para frente, já que o Maracanãzinho é mais acessível e o padrão de qualidade das duas arenas é excelente. Não é à toa que nenhuma empresa teve interesse na licitação para administrar o espaço.
O Riocentro recebeu esportes de menor repercussão no Brasil, como judô, caratê e tênis de mesa, apresentando uma falha importante: a falta de acabamento do complexo. Evidentemente, para os esportistas os danos foram pequenos, mas era nítido que as ruas próximas não foram asfaltadas, havia muito barro, materiais de construção largados. O beisebol e o softbol foram prejudicados e tiveram dificuldade em realizar seus jogos, já que a Cidade do Rock, no mesmo pavilhão Riocentro, sofria com as chuvas e com a lama que se formava.
Por último, o Engenhão é o que há de mais belo no Brasil. Apesar da sua péssima localização, é um estádio de primeiro mundo. Muito parecido com o Stade de France, em Saint-Denis. Arquibancadas retráteis, pista de atletismo que segue o padrão das competições da IAAF, lugares numerados, espaço adequado para a imprensa exercer seu trabalho com a melhor qualidade, camarotes, conforto mesmo para os que estão situados nos piores lugares. Resumindo: tudo de muito bom gosto.
Às vezes temos a mania de criticar demais as coisas. Quero que fique claro que se focarmos no Brasil, não existem instalações mais modernas do que essas que o Rio de Janeiro criou. São impressionantes. Porém, se pensarmos no padrão europeu, ainda faltam alguns detalhes, que são os que fazem a diferença, por exemplo, numa escolha de sede das Olimpíadas.
Infelizmente, não pude analisar o Maracanãzinho como deveria. Conheci somente a área externa. Como todos acompanharam, os ingressos para o vôlei foram os mais disputados e vendidos com antecedência. Uma falha grave, mas que prometo será consertada em breve.
3 comentários:
alexandrex, vc é simplesmente um luxo!
notícias de um pan particular 1
olha lah! se deve te pago uma grana com taxi!!!
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