O despreparo do América de Natal

O América-RN faz a pior campanha de um clube desde que a competição adotou o modelo de pontos corridos. Em 24 jogos, venceu apenas três e empatou um. A campanha em casa registra onze derrotas em doze jogos, tendo triunfado apenas contra o Atlético Paranaense, no dia 21 de Julho. O rebaixamento já é certo até mesmo para o mais fanático torcedor.

No jogo contra o Corinthians, realizado ontem no Pacaembu, observei atentamente a escalação da equipe potiguar. Só conhecia um jogador: Paulo Isidoro. Até o técnico, Paulo Moroni, é um nome novo no cenário futebolístico. Veio do Barras, do Piauí, que está fazendo boa campanha na Série C do Brasileirão.

Resolvi, então, entrar no site oficial do time (www.americadenatal.com.br). A manchete é a seguinte: “Mecão joga bem, mas perde para o Corinthians”. Até aí tudo bem. O curioso é que ao continuar a leitura, me deparei com as explicações. Aí vai a continuação: “Para quem imaginava que o time sofreria uma derrota acachapante, quebrou a cara. A equipe do técnico Paulo Moroni mostrou um bom esquema tático e uma disposição que não se havia em jogos anteriores. Por incrível que pareça, a derrota teve um sabor de vitória...”.

Continuo minha visita pela página e entro na seção da ficha técnica dos atletas. Lembro de matéria do diário Lance! que apontava a utilização de 37 jogadores até o momento no campeonato. No site constavam 52 nomes e a comissão técnica. Três médicos, dois preparadores de goleiros, três preparadores físicos, enfim, as trocas foram constantes não apenas no plantel, que tinha também seis goleiros e onze volantes.

Atualmente, nada de “medalhões”, como Gléguer, ex-Portuguesa, e Adãozinho, ex-São Caetano. A aposta agora é na base ou em jogadores promissores. O goleiro, Sérvulo, por exemplo, se destacou no São Gonçalo-RN. Seis titulares na derrota em São Paulo disputaram o Paulistão 2007 em clubes de menor expressão e, ainda assim, como coadjuvantes. Amaury no gol, os zagueiros Adalberto e Wesley, o volante Joelan e os atacantes Binha, Wendes e Rogélio Ávila, que estava nas categorias de base da Lazio, são as pratas da casa já incorporadas ao profissional e esperanças para 2008.

No fim do tour pela página, li um esclarecimento da diretoria: “Em função da existência no elenco americano de dois jogadores com o nome ROGÉLIO, a gerência de futebol definiu que a partir de agora o atacante passará a ser chamado de Rogélio Ávila e o zagueiro será apenas Rogelio”.

Ah...esqueci de dizer: Azul, do ASA de Arapiraca, e Tony, do Central-PE, são os novos reforços. E nos últimos três dias, três baixas: os já citados Gléguer e Adãozinho, além de Serginho Baiano.

Com apenas três milhões de cotas de televisão, valor inferior ao Bahia na terceira divisão, e mais todos essas situações descritas acima, fica difícil levar a sério o América Futebol Clube.