sexta-feira, 25 de abril de 2008

Entrevista com Ricardo Mello

Depois de Vanderlei Cordeiro de Lima e Fábio Seixas, é a vez de Ricardo Mello conceder uma exclusiva ao BLOG DO MASSI.

Para quem não conhece a carreira do tenista, aí vão alguns números:

- Foi número 50 do mundo em 2005

- Faz parte do seleto grupo de brasileiros com título de ATP no currículo

- Campeão do ATP de Delray Beach em 2004

- Terceira rodada de US Open (2004)

- Campeão do Challenger de São Paulo em 2005

- Este ano, tem como melhor resultado a final em León (México)

Vindo de semifinais no Challenger de Florianópolis, o paulista, 213º do mundo, luta para recuperar a boa forma. Na última semana, avançou 27 posições no ranking de entradas.

Sua próxima parada é a Espanha, onde disputa torneio a partir de segunda-feira. No mês de maio, parte para Índia e Turquia, tentando entrar no Top 200.

Nesta entrevista, Ricardo Mello comenta o momento que está passando, relembra o título em Delray Beach, comenta sobre a despedida de Guga e conta história curiosa envolvendo Roger Federer.


BM - Mello, qual a explicação para essa queda de rendimento?

RM - O tênis é um esporte individual. Acho que essa queda de rendimento faz parte. Não existe jogador que não caia. Uns caem mais cedo outros mais tarde. Uns se recuperam e outros não. Um exemplo é o Andre Agassi.

BM - E o que você procurou corrigir para esta temporada?

RM - Acho que não é uma questão de correção, é uma questão de aperfeiçoamento e adaptação constante ao tênis.

BM - Como você avalia este começo de ano? Os resultados estão dentro do esperado?

RM - Venho obtendo resultados melhores em relação a 2007. Estou satisfeito com os resultados até aqui. Semifinal em Miami e Florianópolis e vice-campeonato em León, no México.

BM - Miami foi seu primeiro torneio do ano e León e Florianópolis, os dois últimos. Por que você acha que levou tanto tempo para voltar a ter um bom resultado?

RM - Não me preocupei. Estou tranqüilo quanto aos resultados obtidos até agora na temporada. Nem sempre as coisas saem como queremos, continuei fazendo meu trabalho e o resultado apareceu só agora. Poderia ter vindo antes, mas...

BM - E quais são seus objetivos daqui para frente? Estabeleceu alguma meta até o fim do ano?

RM - Meu principal objetivo é voltar a jogar bem e me sentir bem dentro da quadra. Os resultados serão conseqüência.

BM - Por que a opção de disputar torneios na Índia e na Turquia?

RM - Todos os tenistas estão concentrados na temporada de saibro e optei para jogar na quadra rápida que é onde costumo ter melhores resultados e é o piso que mais gosto também.

BM - Qual a principal dificuldade que um tenista experiente encontra nos challengers?

RM - Pegar jogadores mais novos que estão subindo e com motivação em alta, principalmente quando jogam contra jogadores mais velhos e que tiveram melhor ranking.

BM - Como que é para um tenista que já conquistou um torneio da ATP ter que dar um passo para trás e voltar a disputar challengers?

RM - Isso é uma coisa normal, temos o exemplo dos jogadores como o Ivan Ljubicic, Thomas Johansson, Jonas Bjorkman, que jogaram um challenger em East London, na África do Sul, no inicio do ano.

BM - Você ficou decepcionado por não ter recebido um dos três “wild cards” para o Brasil Open?

RM - Não, na verdade não tinha nenhuma intenção em jogar o Brasil Open. Esse não é o primeiro ano que eu não jogo esse torneio. Não tinha nenhuma expectativa com relação a isso.

BM - Nem chegou a acompanhar o torneio?

RM - Não.

BM - Seu primeiro ponto no ranking da ATP foi conquistado após derrota para Gustavo Kuerten. O que Guga representa para você?

RM - Além de um colega de profissão, uma pessoa trabalhadora e que luta muito pelo que quer.

BM - Acha que a aposentadoria dele é a decisão mais sensata?

RM - Acho, já não tem mais condições físicas para agüentar os jogos.

BM - Quem é do meio do tênis costuma contar uma história engraçada envolvendo você e o Roger Federer. Poderia nos contar o que aconteceu?

RM - Estava em Milão, na Itália, jogando o circuito europeu na categoria 16 anos, contra Roger Federer e tive dois match points no terceiro set. Quando saí da quadra, os dois técnicos da equipe, um argentino e um peruano, tiveram uma conversa comigo de quase uma hora. Me questionaram várias vezes sobre como eu tinha conseguido perder para um tenista tão ruim.

BM - E qual é a diferença daquele Federer para o de hoje?

RM - Jogador centrado, com um jogo muito mais claro dentro da quadra.

BM - Você pretende jogar profissionalmente até quando? Já sabe o que fazer depois que deixar as quadras?

RM - Ainda não pensei em aposentadoria, mas, quando parar, quero fazer qualquer coisa que não tenha que viajar pelo menos por um bom tempo.

BM - Você, assim como a maioria dos tenistas do circuito, diz que o Master Series de Miami é o seu torneio preferido? O que há de tão diferente lá?

RM - É um torneio muito bem organizado, num local muito bonito, com muitos brasileiros na torcida, numa cidade que tem uma atmosfera muito legal.

BM - Qual o significado do torneio de Delray Beach para você?

RM - Provei que posso jogar com os melhores. Isso significa fazer parte de um grupo onde até hoje somente 7 tenistas brasileiros conseguiu entrar.

BM - Em que momento se deu conta de que poderia ser campeão do torneio?

RM - Desde o US Open já vinha com bastante confiança no meu jogo e quando venci o Mardy Fish, na 2ª rodada, passei a acreditar que poderia vencer o torneio.

BM - Que mudanças esta conquista trouxe para você?

RM - Fora ter conquistado meu primeiro titulo de ATP, não mudou nada. Continuei treinando, viajando e tendo os mesmos amigos de sempre.

BM - Para encerrar, não é meio frustrante ver Mardy Fish e Mario Ancic, tenistas que você derrotou naquela ocasião, bem no circuito mundial e saber que poderia estar junto deles?

RM - Não, pelo contrário, como já ganhei deles, isso prova que eu ainda posso voltar a jogar um bom nível de tênis e estar entre eles novamente.

O BLOG DO MASSI agradece ao tenista Ricardo Mello pela entrevista e deseja que o brasileiro volte a jogar o tênis que nos acostumamos a ver.

7 comentários:

Hugo Barrientos disse...

Entrevista muito boa!!!!!

Cumprimentos e um abraço!!!

Filipe Araújo disse...

muito boa a entrevista. que passagem esta com o federer, hein? jejeje...

parabéns!

abrazo!

http://gambetas.blogspot.com

Sara Tavares disse...

falou pessoalmente ou fez por telefone?

Pâm Cristina LF* disse...

Oii tudo bem??

Boa a entrevista!!!

O cara jogo muito bem, mas acho que pode ser bem melhor!!

heheheheee...

vem cá a gente não tem links trocados?????

rs..

bjss

Zêro Blue disse...

Mais uma grande tacada do Blog do Massi.

Parabéns...

Saudações Celestes
AQUI TEM NOTÍCIAS
AQUI TEM DISCUSSÃO: DIA DO GOLEIRO
ENTREM E SINTAM-SE A VONTADE

Speeder76 disse...

Bela entrevista, Massi. Não é todos os dias que se faz uma coisa dessas, ainda paor cima para um blog! Uma iniciativa a seguir com interesse...


E já agora, dá-me os parabéns! O porquê? Vai lá ver...

Anônimo disse...

Muito boa a entrevista, e cara você tem as costas quente hen só entrevista de ponta, rsrsrs!Zueira vc tem é muito trabalho, parabens pelo blog, abração Massi