Internacional mostra que a Sul-Americana vale muito

Os clubes e torcedores brasileiros têm a mania de dizer que a Sul-Americana não vale nada, que dá pouco dinheiro e que não leva a lugar nenhum.

Realmente, a competição não tem a mesma relevância de uma Libertadores, mas o Internacional vem mostrando que o torneio tem valor.

Em primeiro lugar, uma eventual conquista do Colorado dará tranquilidade ao técnico Tite, aos jogadores e à diretoria para trabalharem no ano do centenário.

Depois, com a disputa da Recopa (contra o vencedor da Libertadores) e da Copa Soruga Bank (contra o campeão da Copa da Liga do Japão), o Inter conseguirá fazer mais caixa e o "irrisório" prêmio oferecido pelo título da Sul-Americana não será mais tão desprezível.

A visão dos nosso clubes é tão pequena que não pensamos no futebol brasileiro como um produto mundial.

Masato Watanabe, manager da Associação Japonesa de Futebol, em entrevista ao site da Conmebol, afirma que o interesse dos japoneses em nosso futebol aumentou muito após as conquistas da Libertadores pelo São Paulo e pelo Internacional (2005 e 2006, respectivamente). E diz ainda que, hoje, os japoneses só acompanham o Campeonato Brasileiro graças aos triunfos internacionais de ambos.

Ou seja, se o Inter vencer a Sul-Americana e disputar esta Copa Soruga, estará ajudando também os outros clubes do país, pois o japonês vai acompanhar cada vez mais o futebol brasileiro e assim poderemos negociar os direitos de transmissão de nossa liga por um preço mais elevado.

Além disso, o alcance de uma competição internacional faz com que outros países te convidem para disputar torneios no exterior. O próprio Inter esteve em Dubai no começo de 2008.

É interessante também para o patrocinador, que terá sua marca exposta não apenas no Brasil. Este é um bom argumento para o clube renegociar seu contrato com a empresa. Alega que sua marca dá mais visibilidade que a de outros clubes e assim obtém um montante maior.

O Internacional parece ter percebido que a Sul-Americana pode potencializar sua marca e segue exemplo do Boca Juniors, o maior clube do continente.