sábado, 15 de setembro de 2007

O dono do time

Por Gabriel Dudziak

Na falta de um assunto no mundo do futebol europeu, já que a temporada de transferências terminou no último dia 31, a imprensa resolveu criar um assunto, ou melhor, transformar um assunto menor em algo de proporções imensas.

Trata-se da não-inscrição do meia Michael Ballack do Chelsea na fase de grupos da Champions League.

Contextualiza-se: Ballack não atua pelo Chelsea desde o mês de Abril graças à uma contusão no tornozelo. Por não ter prazos para se recuperar e voltar a ter ritmo de jogo, não foi inscrito no grupo de 25 atletas que disputarão a primeira fase do torneio.

Foi só a lista sair para que a notícia da não-inclusão de Ballack ganhasse as principais páginas da internet. Surgiram boatos de rusgas pessoais entre o meia e Mourinho e até rumores de que o alemão não foi inscrito, pois já estaria acertado com o Real Madrid para o primeiro semestre de 2008.

O bafafá chegou a tal ponto que até o ex-atacante e ex-garoto propaganda de xampu, Oliver Bierhoff, quis dar pitaco no assunto, ameaçando ir à Federação Alemã protestar contra a decisão de José Mourinho.

Perguntado sobre o caso Ballack foi conciso: "Estou chateado" e Mourinho não deixou por menos. "Enquanto eu for o técnico eu decido sobre a minha equipe. Nenhum jogador, por melhor que seja, tem privilégios aqui dentro".

O que se deve levar em conta, e aí a abrangência extrapola a esfera de atuação de José Mourinho, é um simples aforismo; o técnico é o responsável direto pela equipe.

Já é um absurdo contestar a não inclusão de determinado jogador, seja ele famoso ou não, em qualquer grupo que seja fechado por um técnico. Agora, questionar o corte de um atleta que não joga há mais de cinco meses e que não tem prazo para voltar aos gramados, tampouco para voltar bem e ainda protelar uma denúncia à Federação Alemã! Aí é o fim da picada.