A realidade do Mundial de Judô
Chegamos ao penúltimo dia do Mundial de Judô. Gostaria de ter feito posts diários sobre o evento. Contudo, a falta de tempo fez com que eu optasse por um modelo diferente de cobertura. Dividi a competição em duas e escrevo hoje sobre a primeira metade, ou seja, tudo que ocorreu até a medalha de ouro de Tiago Camilo, e escrevo novamente na Segunda para um balanço final.
Tentei providenciar a credencial de imprensa para acompanhar “in loco” o torneio. Não consegui. Pensando em uma alternativa, me inscrevi como voluntário. Também não tive êxito. Logo, o que me restava era comprar ingressos e pegar uma ponte aérea com destino a Cidade Maravilhosa.
Entrei no site do Mundial de Judô (www.mundialjudo2007.com.br) e me deparei com uma página muito simples, ainda oferecendo vagas para trabalhar no campeonato e poucos lugares para se clicar. Não existe cobertura minuto a minuto, não se sabe o que está acontecendo naquele instante no campeonato, não há souvenirs a venda (isso nem na Arena Olímpica) e não é possível adquirir entradas para o Mundial. Fui redirecionado ao Ingresso Fácil, que me informava que agora só encontro ingresso no local.
Informarei o preço de cada setor: Especial retrátil – 100 reais
Rio de Janeiro – 70 reais
Osaka – 20 reais
Preciso comentar sobre os preços? Se o futebol, que é a paixão nacional, não cobra esse preço, imagina se o judô vai conseguir lotar o ginásio. Não preciso ser um expert em administração ou marketing para perceber que um evento desse porte, que recebe judocas de 129 países e mais de 500 jornalistas, será deficitário, mesmo com o corte de R$ 3 milhões no orçamento. Não pagamos hospedagem para algumas delegações. A CBJ poderia ter pensado em alocar atletas em parte da Vila Pan-Americana, adiando a entrada dos futuros moradores. Não sei se é a melhor saída, mas seria uma possibilidade.
Os poucos torcedores que têm comparecido ao complexo em Jacarepaguá, grande parte composta de parentes e amigos dos atletas e alguns japoneses que vieram prestigiar o seu esporte, não conseguem comer, pois além da falta de variedade de alimentos, há escassez de lanches da empresa de fast food. Ou seja, é melhor você levar sua própria “marmita” para a Arena Olímpica, já que se pagou caro pelo ingresso, você ficará lá das 11 da manhã até meia-noite e está em um lugar do Rio que não tem nada por perto.
Aliás, tem a Bienal do Livro ocorrendo ali perto, no centro de convenções Riocentro. Acho que é pedir demais que as secretarias de cultura e de esporte se reunissem no começo do ano e evitassem que dois eventos desse porte ocorressem simultaneamente. Um tira público do outro. Uma dúvida que paira na cabeça dos pais: “levo meu filho para o esporte ou vamos ler livros?”.
Falando mais do site, cliquei na seção Competidores. Quis ver o perfil dos adversários brasileiros. O que aconteceu? Como todo país patriota, inserimos apenas o nome de nossos judocas. Ah...esqueci de um fato. No momento em que foi criada esse tópico, não havia a decisão de quem lutaria na categoria -81kg, Flávio Canto ou Tiago Camilo. Nesse meio tempo, o primeiro se machucou, foi contratado como comentarista do Sportv, o segundo se classificou, entrou para o seleto grupo de campeões mundiais e não se atualizou nada no site.
Pensando como publicitário, algo que nunca serei, fiquei revoltado de não ver exposta as marcas que patrocinaram o Mundial do Rio. Há espaço de sobra no “portal”, como já mencionei.
Por tudo isso é que precisamos privatizar o que construímos. Não temos visão nenhuma de negócios. Com ingressos a dez reais, promoção para levar crianças carentes ao torneio (por exemplo, os garotos da Rocinha, do projeto social de Flávio Canto) e venda de camisetas e outros produtos, teríamos evitado a redução no orçamento, talvez tivéssemos lucro, e ainda promoveríamos o esporte que nos dá tantas alegrias.
Algumas outras reclamações dignas de menção: falha no sinal de transmissão na Quinta-feira, site apenas bilíngüe, problemas com a internet e sistema de informática na área de imprensa, assentos sujos e demora na liberação das chaves e resultados da competição.
Vale lembrar que foi oficializada nesta semana a candidatura do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016. Será uma briga dura com Baku (Azerbaijão) pela última posição.
Tentei providenciar a credencial de imprensa para acompanhar “in loco” o torneio. Não consegui. Pensando em uma alternativa, me inscrevi como voluntário. Também não tive êxito. Logo, o que me restava era comprar ingressos e pegar uma ponte aérea com destino a Cidade Maravilhosa.
Entrei no site do Mundial de Judô (www.mundialjudo2007.com.br) e me deparei com uma página muito simples, ainda oferecendo vagas para trabalhar no campeonato e poucos lugares para se clicar. Não existe cobertura minuto a minuto, não se sabe o que está acontecendo naquele instante no campeonato, não há souvenirs a venda (isso nem na Arena Olímpica) e não é possível adquirir entradas para o Mundial. Fui redirecionado ao Ingresso Fácil, que me informava que agora só encontro ingresso no local.
Informarei o preço de cada setor: Especial retrátil – 100 reais
Rio de Janeiro – 70 reais
Osaka – 20 reais
Preciso comentar sobre os preços? Se o futebol, que é a paixão nacional, não cobra esse preço, imagina se o judô vai conseguir lotar o ginásio. Não preciso ser um expert em administração ou marketing para perceber que um evento desse porte, que recebe judocas de 129 países e mais de 500 jornalistas, será deficitário, mesmo com o corte de R$ 3 milhões no orçamento. Não pagamos hospedagem para algumas delegações. A CBJ poderia ter pensado em alocar atletas em parte da Vila Pan-Americana, adiando a entrada dos futuros moradores. Não sei se é a melhor saída, mas seria uma possibilidade.
Os poucos torcedores que têm comparecido ao complexo em Jacarepaguá, grande parte composta de parentes e amigos dos atletas e alguns japoneses que vieram prestigiar o seu esporte, não conseguem comer, pois além da falta de variedade de alimentos, há escassez de lanches da empresa de fast food. Ou seja, é melhor você levar sua própria “marmita” para a Arena Olímpica, já que se pagou caro pelo ingresso, você ficará lá das 11 da manhã até meia-noite e está em um lugar do Rio que não tem nada por perto.
Aliás, tem a Bienal do Livro ocorrendo ali perto, no centro de convenções Riocentro. Acho que é pedir demais que as secretarias de cultura e de esporte se reunissem no começo do ano e evitassem que dois eventos desse porte ocorressem simultaneamente. Um tira público do outro. Uma dúvida que paira na cabeça dos pais: “levo meu filho para o esporte ou vamos ler livros?”.
Falando mais do site, cliquei na seção Competidores. Quis ver o perfil dos adversários brasileiros. O que aconteceu? Como todo país patriota, inserimos apenas o nome de nossos judocas. Ah...esqueci de um fato. No momento em que foi criada esse tópico, não havia a decisão de quem lutaria na categoria -81kg, Flávio Canto ou Tiago Camilo. Nesse meio tempo, o primeiro se machucou, foi contratado como comentarista do Sportv, o segundo se classificou, entrou para o seleto grupo de campeões mundiais e não se atualizou nada no site.
Pensando como publicitário, algo que nunca serei, fiquei revoltado de não ver exposta as marcas que patrocinaram o Mundial do Rio. Há espaço de sobra no “portal”, como já mencionei.
Por tudo isso é que precisamos privatizar o que construímos. Não temos visão nenhuma de negócios. Com ingressos a dez reais, promoção para levar crianças carentes ao torneio (por exemplo, os garotos da Rocinha, do projeto social de Flávio Canto) e venda de camisetas e outros produtos, teríamos evitado a redução no orçamento, talvez tivéssemos lucro, e ainda promoveríamos o esporte que nos dá tantas alegrias.
Algumas outras reclamações dignas de menção: falha no sinal de transmissão na Quinta-feira, site apenas bilíngüe, problemas com a internet e sistema de informática na área de imprensa, assentos sujos e demora na liberação das chaves e resultados da competição.
Vale lembrar que foi oficializada nesta semana a candidatura do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016. Será uma briga dura com Baku (Azerbaijão) pela última posição.
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