segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A "viagem" de Ferreiro que deu certo

Francisco Costa - ou Chico Costa -, capitão da equipe brasileira na Davis, relata em seu blog uma conversa interessante que teve com Rodrigo, irmão e técnico do tenista Franco Ferreiro, dias antes do início do qualyfing do ATP de Buenos Aires.

Para quem não sabe, o gaúcho venceu os três jogos do "qualy" e ainda alcançou as quartas-de-final do torneio.

Costa levou seu pupilo Alexandre Bonatto a Porto Alegre para treinar com Ferreiro, mas não conseguiu fazer com que os dois ficassem em quadra muito tempo. Culpa do gaúcho, que, irritado com seu desempenho, abandonou um dos treinamentos antes do final.

Rodrigo se aproximou de Costa e pediu desculpas pelo ocorrido.

Em seguida, emendou:

"O que esse guri vai fazer em Buenos Aires, se não está nem conseguindo treinar direito? E essa viagem de ônibus? Só pode estar maluco."

Esqueci de um detalhe. Ferreiro optou por uma viagem de um dia de duração, de ônibus, à capital argentina ao invés de uma hora e meia de avião.

Chegou na sexta-feira, 13 de fevereiro, e no mesmo dia encarou o local Alejandro Fabbri, 369 do mundo. Venceu em dois tie-breaks.

No dia seguinte, encararia Sergio Roitman, número 104 no ranking e cabeça 2 do qualy, mas acabou beneficiado pelo fato do "hermano" ter herdado uma vaga na chave principal após algumas desistências.

Roitman acabou perdendo de W.O. para Andrea Collarini, 17 anos, com apenas dois pontos no ranking.

Ferreiro passou pelo juvenil em três sets e decidiu na última rodada com o compatriota Caio Zampieri.

Outro triunfo e vaga na chave principal contra o espanhol Ivan Navarro Pastor. Mais um jogo disputado, três sets, e que teve vitória brasuca.

Era a primeira vez que Ferreiro alcançava a segunda rodada de um ATP.

Depois, ainda deu tempo de derrotar o uruguaio Pablo Cuevas, até cair nas quartas contra o campeão Tommy Robredo.

"Resumo da ópera": Ferreiro estava sem confiança, "deu uma viajada" ao fazer esse planejamento horrível e abandonar o treino de forma imatura, mas conseguiu sté mais do que esperava.

Ou seja, tem vezes que o esporte não tem lógica alguma.

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