terça-feira, 17 de julho de 2007

ESCASSEZ DE MATERIAL HUMANO



Caso estejam esperando uma crítica a Seleção Brasileira ou queixas em relação aos clubes brasileiros que exportam seus craques, nem iniciem a leitura do texto. O tema agora é a falta de qualidade dos pilotos da GP2.

Criada em 2005 com o objetivo de formar futuros campeões na F1, a categoria obteve resultados excelentes e já promoveu alguns pilotos como o alemão Nico Rosberg (Williams), o inglês Lewis Hamilton (McLaren), o finlandês Heikki Kövalainen (Renault) e o norte-americano Scott Speed (Toro Rosso).

Mas em 2007 a história parece ser um pouco diferente e a etapa da França realizada neste sábado comprovou que as perspectivas não são das melhores. A primeira fila era ocupada pela dupla de pilotos da iSport, Timo Glock (líder do campeonato com 39 pontos) e Andreas Zuber. Os brasileiros Bruno Senna e Lucas Di Grassi vinham na seqüência. Logo na largada, com vinte e cinco metros percorridos, os companheiros de equipe foram um em direção ao outro e se chocaram, dando adeus a prova. No pelotão de trás dois carros ficaram parados. Ainda na primeira volta o acidente mais espetacular da temporada. Ernesto Viso encostou sua roda traseira no pneu dianteiro de Micheal Ammermuller e decolou, superando o muro de proteção e por pouco não atropelando os fiscais. O venezuelano sofreu uma concussão (traumatismo craniano leve em que há perda de memória durante curto espaço de tempo). Nesse instante a corrida foi interrompida, mas as trapalhadas continuaram. Todos se dirigiram para os boxes e no pit stop o francês Nicolas Lapierre atropelou um mecânico.

A corrida só foi reiniciada após cinqüenta minutos. O japonês Kohei Hirate, líder no momento, foi punido com um drive-thru (passagem pelo pit lane) e deixou a primeira posição com o indiano Karun Chandhok, que não a aproveitou por muito tempo. Na terceira volta da corrida, abandonou a etapa depois de cometer erro infantil. A “eterna promessa” Giorgio Pantano se aproveitou da situação para vencer o GP de Magny-Cours.

A avaliação dos pilotos na GP2 é realizada através de resultados expressivos obtidos em até duas temporadas. Por isso, há necessidade de uma renovação constante nos cockpits. E isso não vem ocorrendo. Todos os pilotos citados na matéria, com exceção de Senna e Hirate, já são “veteranos” e não conseguiram impressionar os chefões da categoria máxima do automobilismo, devendo seguir eternamente na competição.

O único dos vinte e seis participantes que tem condições de alcançar a F1 é justamente o sobrinho de Ayrton, muito pelo sobrenome que carrega e também por ocupar a quarta posição na classificação geral em seu ano de estréia.

A desilusão com essa nova safra atingiu até o canal Sportv, que cortou a transmissão para exibir a Liga Mundial de vôlei e reprises de Wimbledon.

Nenhum comentário: